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Prelúdio Nos últimos dias, o norte da Síria serve como palco de intensos combates, os mais violentos desde março de 2020, quando um...
Em um esforço para promover o desenvolvimento sustentável e ampliar a competitividade dos produtos da Amazônia, o presidente Luiz Inácio
Abu Muhammad al-Julani, cujo nome verdadeiro é Ahmed Hussein al-Shar'a, é uma figura central no conflito sírio e o líder do grupo jihadista
A equipe do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, considera estabelecer conversas diretas com o líder norte-coreano, Kim Jong
Em uma reunião com as forças voluntárias do Irã, conhecidas como Basijis, o aiatolá Seyed Ali Khamenei afirmou que o mandado de prisão do
O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou apoio ao arquivamento do Projeto de Lei 2.858/2022, que propõe conceder anistia aos envolvidos em
Jair Messias Bolsonaro foi a bactéria que se alojou no corpo de nossa democracia. Como toda "boa" bactéria, ela se multiplicou, se dividiu
Torcedores israelenses como vítimas de pogroms na Holanda e as declarações racistas e islamofóbicas da intelectualidade sionista francesa...
Clara Zetkin e a compreensão do ressurgimento do fascismo no século XXI
Brilhante! Tudo é inteligência no pensamento de Clara Zetkin! Essencial para compreender o retorno da "besta imunda" na Itália, França, Alemanha e, atualmente, em sua expressão mais brutal, em Israel. "Especificamente, vemos o fascismo como uma expressão da decadência e desintegração da economia capitalista e como um sintoma da dissolução do Estado burguês. Só podemos combater o fascismo se nos atentarmos para o fato de que ele desperta e arrasta consigo amplas massas sociais que perderam a segurança sobre a garantia de sua existência e, com isso, a sua crença na ordem social." Clara Zetkin (1857–1933) foi uma professora, jornalista e política marxista alemã, uma das figuras mais proeminentes do feminismo socialista. Nascida em Wiederau, no Reino da Saxônia, Clara tornou-se uma defensora ardente dos direitos das mulheres e da classe trabalhadora, integrando o Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) e, posteriormente, o Partido Comunista Alemão (KPD). Zetkin foi pioneira na luta por igualdade de gênero no âmbito do socialismo, defendendo que a emancipação das mulheres estava intrinsecamente ligada à superação do capitalismo. Em 1910, propôs a criação do Dia Internacional da Mulher, celebrado pela primeira vez em 1911 . Uma crítica feroz do fascismo, dedicou seus últimos anos à denúncia de suas ameaças emergentes na Europa. Exilada na União Soviética após a ascensão do nazismo na Alemanha, Clara Zetkin faleceu em 20 de junho de 1933, em Arkhangelskoye, perto de Moscou, deixando um legado de luta por justiça social e igualdade.
Síria: o último bastião que resistiu à Primavera Árabe
Sabemos que a geopolítica no Oriente Médio não é fácil e simples em seu entendimento. Sua complexidade e todo quebra-cabeça que envolve a região, requer análises mais aprofundadas e históricas. Não irei aqui aprofundar especificamente no contexto histórico - até porque não me julgo capaz de tal análise - mas quero apenas tecer breves comentários e modestas avaliações a respeito da queda do governo sírio, até porque temos visto várias posturas distintas – e até incoerentes – dentro da própria esquerda e de grupos pró-palestina. O primeiro ponto que chamo atenção é justamente a visão deturpada – propositadamente – que a mídia ocidental, sempre alinhada e aliada ao imperialismo estadunidense, faz a respeito da Síria e, especialmente, de Bashar Al-Assad. Tratado como ditador, para imputar isso na mentalidade das pessoas e obviamente causar repúdio ao governante, essas corporações fazem o serviço da propaganda imperialista. Lembre-se que todos aqueles governos que se puseram contra os interesses estadunidenses foram (e são) tratados como ditadores. Foi assim como Sadam Hussein (Iraque), Muammar Gaddafi (Líbia), Hosni Mubarak (Egito), Fidel Castro (Cuba) e é assim que tratam Putin (Federação da Rússia), Nicolás Maduro (Venezuela) e Kin Jong-un (República Popular Democrática da Coréia), Ali Khamenei (República Islâmica do Irã) para citar alguns exemplos. Curiosamente, não levantam uma única indagação e crítica à longevidade de governos quando esses servem ao imperialismo. Ou alguém já viu alguma crítica aos 16 anos de Angela Merkel na Alemanha? Alguma crítica ao tempo que Bibi Satãnyahu está no poder do estado pária de IsraHELL? Já dizia o saudoso Leonel Brizola: quando vocês tiverem dúvidas quanto a que posição tomar diante de qualquer situação, atentem: Se a Rede Globo for a favor, somos contra. Uma maneira didática de entender exatamente a quem servem os meios de comunicação oligárquicos. Sendo assim, tenha muito cuidado ao tomar posição através da opinião que essas redes corporativas divulgam. Além disso, temos que lembrar o que foi a tal Primavera Árabe, ocorrida em 2010 em grande parte dos países árabes. Tais movimentos avançaram do norte da África e no Oriente Médio, caracterizando-se pela insatisfação popular contra regimes autoritários e opressivos, e que lutavam por liberdade e contra a corrupção, mas que hoje sabe-se ter sido um movimento para atacar o pan-arabismo. E com isso governos foram desestabilizados e até derrubados, como no caso da Tunísia, Líbia e Egito. Lembro até hoje o linchamento covarde que Gaddafi sofreu nas ruas, sendo chutado e arrastado por pessoas. Lembremos que não foi a única vez que tentaram desestabilizar a região. Antes das famigeradas revoluções, nos anos 90, com a Guerra do Golfo (sempre com dedos e garras do imperialismo), teve como alvo o Iraque. Posteriormente, já em 2003, os EUA inventaram armas de destruição em massa para justificarem sua invasão neste país e derrubarem o governo de Saddam Hussein. Toda perseguição culminou com seu enforcamento em 2006. Poderíamos ainda citar a invasão estadunidense – apoiada por aliados do Ocidente – ao Afeganistão em 2001, sob a propaganda de combate ao terrorismo e caçada aos membros da Al-Qaeda (aquela mesma que outrora foi financiada pelos EUA para combater a URSS, promovendo até o treinamento de seus integrantes pela CIA – o mais famoso sendo Osama Bin-Laden), mas que na verdade trouxe destruição e novo roubo de recursos naturais, promovendo lacunas que permitiram o surgimento de novos grupos extremistas como o DAESH/ISIS de onde proliferam braços como o HTS (grupo que agora não é mais considerado como terrorista pelo imperialismo, mas viraram os rebeldes que libertaram a Síria da ditadura). Percebam que esse discurso mentiroso de levar a democracia cai por terra quando se observam os verdadeiros interesses: áreas petrolíferas, apoio ao estado genocida de IsraHELL e controle da região para evitar a expansão e domínio de Rússia e China, em especial à Nova Rota da Seda, assim como conter a ameaça do BRICS (bloco econômico real que enfraquece cada vez mais a hegemonia estadunidense). É notável que aqueles que comemoram a queda de Bashar Al-Assad são países que têm seus interesses apoio aos EUA. Não podemos negar também que parte da população também está apoiando, mas servem como massa de manobra – tal como fizeram engajando o povo durante a Primavera Árabe, sabidamente apoiada e financiada pelas redes sociais estadunidenses, catalisando os protestos. O curioso é que esses países eram prósperos em suas economias, e apresentavam estabilidade política na região. Ou seja, o imperialismo estadunidense, além de roubar recursos, levou instabilidade e influenciou na soberania dos países. Passados alguns anos, qual o resultado e frutos que esses países colhem? Pobreza, instabilidade política e governos subservientes aos interesses dos EUA e Ocidente, promovendo a perda da soberania. E no rastro do enfraquecimento do Oriente Médio, o regime nazisionista de IsraHELL também se aproveita, ampliando suas fronteiras e domínio territorial, promovendo o genocídio e limpeza étnica. Assim, ainda que podemos ter críticas ao governo de Bashar Al-Assad, é incoerente por parte daqueles que se dizem internacionalistas/esquerdistas e até mesmo defensores da Palestina que comemorem a queda da Síria. Os dias que virão pela frente dirão por si só, e ainda que não sejamos videntes, temos uma visão histórica do que está por vir para a Síria, Palestina e toda região.
Tragédia Anunciada - por Gilberto Fonseca
É chocante a maneira como a humanidade tem lidado com as atrocidades da guerra. Às vezes, tenho a impressão de que estamos participando de um sinistro videogame , onde algumas pessoas manipulam o controle, decidindo assim o destino da civilização. Nós nos tornamos meros coadjuvantes, peças desse jogo insano. Não considero que haja um único responsável por todo esse genocídio, mas sim a ignorância que alimenta a intolerância, a ambição desenfreada e a ideologia da supremacia racial, que levanta um véu sobre o fato de que todos nós habitamos o mesmo espaço. É fundamental que a humanidade desperte, abra os olhos e reconheça que a devastação global, anunciada por conflitos nucleares, poderá levar à extinção da nossa espécie. E a história parece se repetir, afinal…
Sócrates "A vida não examinada não vale a pena ser vivida"
Sócrates foi um dos filósofos mais influentes da Grécia Antiga. Ele nasceu por volta de 470 a.C. em Atenas e é amplamente considerado o fundador da filosofia ocidental. No entanto, Sócrates não deixou nenhum registro escrito de suas ideias; em vez disso, seu pensamento é conhecido principalmente através dos diálogos escritos por seus alunos, especialmente seu discípulo mais famoso, Platão. A abordagem filosófica de Sócrates era única em sua época. Ele acreditava no método da "maiêutica", que envolvia fazer perguntas para estimular o pensamento crítico e revelar a verdade. Esse método é frequentemente chamado de "parteira intelectual", pois Sócrates comparava seu papel ao de uma parteira que ajuda no parto, mas em vez de trazer à luz crianças, ele ajudava as pessoas a dar à luz ideias e compreensão. Sócrates era conhecido por sua busca pela verdade e pela sabedoria, e ele muitas vezes desafiava as convenções sociais e os valores tradicionais. Ele estava profundamente interessado em questões morais e éticas, e suas discussões frequentemente giravam em torno de temas como justiça, virtude, conhecimento e o propósito da vida. A atividade filosófica de Sócrates o colocou em conflito com as autoridades de Atenas. Ele foi acusado de corromper a juventude e de impiedade por não reconhecer os deuses do Estado. Em 399 a.C., ele foi julgado, considerado culpado e sentenciado à morte por envenenamento com cicuta. Apesar de sua morte prematura, o legado de Sócrates perdurou através dos séculos. Seu método de questionamento socrático continuou a influenciar os filósofos subsequentes, e sua figura permanece como um símbolo do compromisso com a busca da verdade e da sabedoria através da razão e da reflexão crítica.
Paulo Coelho elogia livro de Alex Solnik sobre Ustra e ataca Bolsonaro: “Herói do genocida que rasteja por anistia”
O escritor Paulo Coelho, reconhecido internacionalmente como uma das maiores vozes da literatura brasileira, utilizou sua conta no X (antigo Twitter) para elogiar o mais recente livro do jornalista Alex Solnik. A obra aborda a figura de Carlos Alberto Brilhante Ustra, notório torturador da ditadura militar brasileira (1964-1985), e investiga as práticas brutais conduzidas nos bastidores do regime autoritário. Em sua postagem, Coelho também aproveitou para criticar duramente o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é amplamente conhecido por sua defesa de Ustra. “Parabéns, Alex, excelente livro sobre o herói do genocida que agora rasteja por anistia”, escreveu o escritor, ligando diretamente a figura de Ustra à do ex-presidente, a quem classificou como “genocida”. O livro de Alex Solnik revela detalhes chocantes sobre os métodos de tortura e as violações de direitos humanos promovidos nos centros de repressão do regime militar, como o DOI-Codi de São Paulo, onde Ustra atuou como chefe. Além de documentar os horrores da época, Solnik destaca o impacto prolongado desses crimes na sociedade brasileira contemporânea. Paulo Coelho, que tem uma trajetória pública de posicionamentos contra o autoritarismo e em defesa da democracia, ressaltou a importância de obras como a de Solnik para preservar a memória histórica e evitar que os abusos do passado sejam esquecidos. Sua crítica a Bolsonaro remonta à postura do ex-presidente, que em 2016, durante a votação pelo impeachment de Dilma Rousseff, chegou a dedicar seu voto a Ustra, enaltecendo sua figura em um gesto que gerou ampla repercussão negativa. A obra de Solnik se soma a uma série de esforços literários e históricos para iluminar o período sombrio da ditadura, consolidando-se como uma contribuição relevante no debate sobre memória, justiça e verdade.
Um guia para entender o que está acontecendo – novamente – na Síria e qual a participação de EUA, Israel, Rússia, Irã e Turquia...
Prelúdio Nos últimos dias, o norte da Síria serve como palco de intensos combates, os mais violentos desde março de 2020, quando um cessar-fogo foi negociado com a mediação da Rússia e da Turquia. Compreender os eventos atuais na Síria não é uma tarefa simples para o Ocidente, especialmente em um contexto de uma ÚLTIMA GUERRA MUNDIAL em curso que muitos preferem ignorar. Nesse cenário, a manipulação midiática emerge como uma das armas mais poderosas dessa guerra, com disputas de narrativas e milhares de acusações, cada qual declarando seu oponente como "terrorista". Antes de mergulharmos no tema, é essencial considerar a atual conjuntura mundial. Israel, com financiamento dos Estados Unidos e de potências europeias , está promovendo ações genocidas em Gaza e no Líbano, além de desferir ataques de diferentes intensidades contra a Síria, Iraque, Iêmen e Irã. Enquanto isso, a Rússia , com apoio de forças da Coréia do Norte , intensifica sua ofensiva na Ucrânia . A recente sinalização de Donald Trump sobre a suspensão do apoio dos EUA a Zelensky indica que a Europa pode ficar isolada na condução de sua guerra contra Putin, agravando tensões no continente. Simultaneamente, o Irã firmou um acordo de defesa abrangente com a Rússia, fortalecendo suas alianças. Tanto Irã quanto Rússia continuam apoiando o regime de Bashar al-Assad na Síria. Por outro lado, a Turquia desempenha um papel ambivalente, atuando como mediadora entre as potências ocidentais, incluindo os Estados Unidos e Israel, enquanto dança em uma corda bamba para não se indispor com a Rússia e os países árabes. Trata-se de um cenário altamente complexo, repleto de atores estrangeiros que alternam alianças e disputa de poder conforme as peças são posicionadas. O que aconteceu? Na manhã de 27 de novembro, grupos antigovernamentais lançaram uma ofensiva nas províncias de Aleppo e Idlib. Segundo relatos, a operação envolveu facções islâmicas, como o Hayat Tahrir al-Sham (HTS) , e forças armadas da coalizão Al-Fateh al-Mubin , apoiadas pela Turquia e, indiretamente, pelos Estados Unidos. No dia seguinte, a coalizão Al-Fateh al-Mubin, da qual o HTS faz parte, anunciou a captura de Khan al-Assal, a apenas 7 quilômetros de Aleppo, além da apreensão de dez tanques. Entender quem são esses grupos e quais são seus objetivos é fundamental para desvendar as dinâmicas do conflito. Vamos explorar isso em mais detalhes. Hay'at Tahrir al-Sham (HTS) é uma organização armada salafista-jihadista [1] que atua predominantemente no noroeste da Síria, especialmente na província de Idlib. Fundado em janeiro de 2017, o HTS surgiu da fusão de várias facções rebeldes, incluindo a Jabhat Fateh al-Sham (anteriormente Frente al-Nusra, o braço da Al-Qaeda na Síria) , e outros grupos menores. Embora o HTS tenha se desvinculado formalmente da Al-Qaeda, muitos especialistas apontam que suas ideologias e objetivos permanecem alinhados ao movimento jihadista. Diversos países, como Estados Unidos, Rússia, Turquia e Síria , classificam o HTS como uma organização terrorista. O objetivo do HTS é estabelecer um Estado regido por uma interpretação rigorosa da lei islâmica (Sharia) e derrubar o regime de Bashar al-Assad. Atualmente, o HTS é a força dominante na região de Idlib, um dos últimos bastiões de resistência contra o governo sírio. Apesar de compartilhar metas gerais com outras facções, o HTS frequentemente entra em conflito com grupos rivais, incluindo aqueles apoiados pela Turquia. O HTS é acusado de graves violações de direitos humanos e de governar com métodos autoritários em áreas sob seu controle. O grupo também é alvo constante de ataques aéreos e operações militares conduzidas por forças russas, sírias e, ocasionalmente, pela coalizão liderada pelos Estados Unidos. A presença do HTS em Idlib coloca o grupo no centro das tensões internacionais na Síria. A região é objeto de acordos de desescalada entre Turquia, Rússia e Irã no âmbito do Processo de Astana , com discussões envolvendo o papel estratégico do HTS e sua ameaça contínua à estabilidade local. Por fim, devemos entender que o HTS faz parte da coalizão militar Al-Fateh al-Mubin. Al-Fateh al-Mubin (traduzido como "A Conquista Clara") é uma coalizão militar rebelde ativa no noroeste da Síria, composta por grupos armados que se opõem ao regime de Bashar al-Assad. A coalizão inclui algumas das principais facções da oposição síria, como o Hay'at Tahrir al-Sham (HTS), o Exército Nacional Sírio (apoiado pela Turquia) e outros grupos islâmicos e rebeldes menores, que operam principalmente nas regiões de Idlib e áreas adjacentes. O principal objetivo do Al-Fateh al-Mubin é proteger as zonas controladas pela oposição, particularmente em Idlib, e realizar operações ofensivas contra as forças do governo sírio e seus aliados, como a Rússia e o Irã. Além disso, a coalizão combate outros grupos extremistas rivais e, em alguns casos, enfrenta o Estado Islâmico (ISIS). Apesar de muitas vezes estar na defensiva, o Al-Fateh al-Mubin também organiza ataques coordenados com o intuito de enfraquecer as defesas do regime sírio ou retaliar contra avanços em áreas estratégicas. Embora os grupos que compõem a coalizão possuam diferenças ideológicas e estratégicas, eles operam unidos pela necessidade de sobrevivência e preservação territorial. A coalizão é especialmente ativa nas províncias de Idlib, Aleppo e Hama, frequentemente alvo de bombardeios pelas forças do governo sírio e ataques aéreos russos. O Al-Fateh al-Mubin é considerado uma força para a manutenção do status quo em Idlib, uma das últimas áreas sob controle da oposição no país. Voltando ao assunto... Na manhã de 28 de novembro, as forças de oposição ao regime de Assad anunciaram a captura de cerca de uma dúzia de assentamentos a oeste de Aleppo. Entre os feitos, destacaram-se a tomada da Base da 46ª Brigada, a maior base militar do exército sírio, e a apreensão de cinco tanques, um veículo de combate de infantaria e um estoque de mísseis. No mesmo dia, os insurgentes realizaram um ataque de precisão contra um helicóptero na base aérea de An-Nayrab. A coalizão Al-Fateh al-Mubin também relatou a conquista de Khan al-Assal, localizada a apenas 7 quilômetros de Aleppo, juntamente com dez tanques. Os rebeldes alegaram que o pânico e o declínio moral estavam se espalhando entre as forças leais ao presidente Bashar al-Assad. Simultaneamente, a ofensiva avançava para o sul e leste de Idlib, uma área controlada pela oposição desde 2015. Em um período de três dias, os militantes capturaram ao menos 70 assentamentos, abrangendo cerca de 400 quilômetros quadrados nas províncias de Aleppo e Idlib. Na noite seguinte, em 29 de novembro, os combatentes declararam a tomada de Aleppo, a segunda maior cidade da Síria. Eles afirmaram que sua missão era "libertar a cidade da crueldade e corrupção do regime criminoso", visando restaurar a dignidade e a justiça ao seu povo. A coalizão Al-Fateh al-Mubin explicou que sua ofensiva foi uma resposta aos intensificados ataques aéreos, supostamente realizados por forças russas e sírias contra áreas civis no sul de Idlib, bem como uma antecipação de possíveis ofensivas do exército sírio. Por que o conflito ganhou novo impulso? Em 2017, como parte do processo de paz de Astana, Rússia, Turquia e Irã concordaram em estabelecer zonas de desescalada, com Idlib designada como uma delas. O objetivo desses acordos era reduzir a intensidade das hostilidades e criar condições para uma resolução política. No entanto, o cessar-fogo foi repetidamente violado por ambos os lados, e as operações militares continuaram, intensificando o conflito. A crescente influência de grupos como o Hay'at Tahrir al-Sham (HTS) complicou ainda mais o diálogo entre as partes, pois muitas dessas organizações foram excluídas das negociações e classificadas como grupos "terroristas". A Turquia, motivada por interesses estratégicos e preocupações com uma nova onda de refugiados [2] , aumentou sua presença militar em Idlib. Fortalecendo seu apoio a algumas forças da oposição e estabeleceu uma rede de postos de observação, o que ocasionou confrontos diretos com o exército sírio e deteriorou as relações com a Rússia. Isso adicionou uma nova camada de complexidade a uma situação já tensa, exacerbando os confrontos. A escassez de ajuda humanitária e a deterioração das condições de vida aumentaram as tensões e corroeram a confiança nas autoridades locais. Esse cenário criou um terreno fértil para a radicalização, resultando no recrutamento para grupos armados. A importância estratégica de Idlib também contribui para a disputa. Localizada na interseção de rotas de transporte e com fronteira com a Turquia, a província tornou-se uma área de importância militar e econômica. O controle de Idlib passou a ser uma prioridade para todas as partes envolvidas, o que intensificou os combates e dificultou os esforços para uma solução pacífica. A radicalização da oposição e a presença de elementos extremistas nas fileiras dos rebeldes complicaram ainda mais as perspectivas de paz. Esses grupos, com pouco interesse em negociações, buscaram prolongar o conflito armado, minando os esforços internacionais para estabilizar a região. Ao mesmo tempo, os desafios internos enfrentados pelo governo sírio, como dificuldades econômicas, sanções internacionais e divisões internas, enfraqueceram sua posição. Isso provavelmente levou o governo a adotar uma postura mais agressiva, intensificando as ações militares para consolidar o controle e projetar força. Um episódio específico ilustra bem o cenário de deterioração: em 6 de fevereiro de 2023, um terremoto de magnitude 7,8 na escala Richter, com epicentro no sudeste da Turquia e norte da Síria, seguido por um segundo tremor de magnitude 7,5 poucas horas depois, amplificando os danos nas mesmas regiões de ambos os países. Mais de 59 mil pessoas morreram, sendo cerca de 50 mil na Turquia e 9 mil na Síria, com centenas de milhares de feridos. Na Turquia, as áreas afetadas incluíram 11 províncias, como Gaziantep, Hatay, Adıyaman e Malatya. Na Síria, as regiões mais devastadas foram aquelas já afetadas pela guerra civil, como Alepo, Idlib (reduto das forças do HTS e da coalizão Al-Fateh al-Mubin) e Latakia. A devastação comprometeu estradas e hospitais, dificultando a chegada de ajuda. Na Síria, a situação foi ainda mais agravada pelas sanções internacionais, que, de certa forma, refletiam a tentativa dos países ocidentais de enfraquecer o regime de Assad e, por extensão, a Rússia. Na Turquia, houve uma mobilização global, com países enviando equipes de resgate, suprimentos médicos e fundos para ajudar na recuperação. No entanto, na Síria, a ajuda foi limitada devido às complexidades políticas, especialmente nas áreas controladas pela oposição rebelde. Este desastre contribuiu significativamente para a degradação das condições de vida nos territórios controlados pelas forças de oposição ao regime de Assad, as quais, vale ressaltar, recebem apoio de agentes externos ocidentais. Conspiração americano-sionista por trás da ofensiva na Síria Em um telefonema com o representante sírio Bassam al-Sabbagh, na última sexta-feira, Araghchi, vice-ministro iraniano, caracterizou a ofensiva em curso como parte de uma "conspiração americano-sionista". Araghchi sugeriu que o ataque, ocorrido logo após um cessar-fogo entre Israel e Hezbollah no Líbano, indicava que Washington e 'Jerusalém Ocidental' estavam utilizando o Hayat Tahrir al-Sham (HTS) como intermediários para enfraquecer o governo sírio. O raciocínio do ministro iraniano reflete uma lógica estratégica: controlar a Síria representaria cortar a conexão terrestre entre Irã, Líbano e Palestina, isolando ainda mais os dois últimos da assistência militar provida pelo Irã. Esse isolamento debilitante é visto como uma prioridade para os EUA e Israel, especialmente diante do apoio sírio e iraniano à resistência anti-Israel. Os conflitos na Síria ganharam impulso logo após o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, coincidindo com tensões geopolíticas como a guerra na Ucrânia, o uso de mísseis ocidentais de longo alcance em território russo e testes retaliatórios do sistema de mísseis russo Oreshnik. A estratégia sugere que EUA e Israel aproveitaram a conjuntura para abrir novas frentes contra o Irã e a Rússia, alavancando instabilidade regional em benefício próprio. Nesse cenário, já caótico, a Turquia surge como agente de seus próprios interesses. Ancara parece dividir-se entre esforços para normalizar as relações com Damasco e sua insistência em pressionar o regime sírio. A instabilidade em Idlib, onde a Turquia mantém uma rede de postos de observação, expõe suas complexas prioridades: evitar uma nova crise de refugiados, consolidar suas operações contra forças curdas e equilibrar suas relações com Irã, Rússia e EUA. Hezbollah / Guarda Revolucionária do Irã Não podemos ignorar o papel desempenhado tanto pelo Hezbollah quanto pela Guarda Revolucionária do Irã na defesa do regime de Bashar al-Assad e na libertação da Síria. Essas forças atuaram decisivamente contra a insurgência armada reforçada por potências regionais e globais, além de enfrentarem e vencerem diretamente as milícias do Estado Islâmico (ISIS) e Al-Qaeda. Uma Escalada Multifacetada A escalada em Idlib carrega o peso de interesses de diversas potências globais e regionais. Enquanto Israel e EUA buscam enfraquecer o Irã e desestabilizar alianças, Damasco enfrenta pressão para rever seus vínculos com Hezbollah e reconsiderar sua posição no tabuleiro anti-Israel. Paralelamente, a Rússia lida com o desvio de recursos para a Ucrânia, complicando o suporte ao regime Assad. Nesse cenário, a Turquia enfrenta dilemas estratégicos. Entre apoiar a oposição síria e buscar normalização com Damasco, Ancara tenta navegar por uma teia de pressões regionais e globais, evitando o agravamento de sua própria situação interna. Idlib: Prenúncio de Catástrofe Global A crise em Idlib transcende a geopolítica local, evidenciando as rachaduras na ordem mundial. O envolvimento de múltiplos atores externos, cada qual perseguindo agendas próprias, transforma a província síria em um microcosmo de rivalidades globais. Esses conflitos “congelados” — que voltam à tona em Gaza, Líbano e, agora na Síria — refletem a incapacidade das instituições internacionais de gerenciar a crescente complexidade dos desafios geopolíticos. A situação em Idlib é um lembrete de como a transição para uma nova ordem mundial, mais adaptada às realidades contemporâneas, pode ser turbulenta. As potências globais enfrentam o dilema de conciliar interesses estratégicos conflitantes com a necessidade urgente de cooperação para evitar um colapso internacional. Idlib é mais do que um campo de batalha. É um espelho das tensões globais e um alerta para o que está por vir caso essas divisões não sejam superadas. A resposta internacional à crise será decisiva para moldar o futuro da estabilidade regional e global. Quais são as relações entre o HTS e o Ocidente? Antes de assumir seu nome atual em 2017, o Hayat Tahrir al-Sham (HTS) era conhecido como Jabhat al-Nusra, uma filial da Al-Qaeda na Síria. O grupo, indiretamente armado pelos Estados Unidos e supostamente apoiado pela Turquia, destacou-se como uma das principais facções opositoras ao governo de Bashar al-Assad durante a Guerra Civil Síria. A intervenção militar da Rússia, iniciada em 2015, foi decisiva para que Damasco recuperasse amplas áreas anteriormente controladas por grupos como Jabhat al-Nusra, Estado Islâmico (ISIS ou Daesh) e diversas milícias armadas consideradas "rebeldes moderados" pelos EUA. O Irã também teve papel no fortalecimento do governo sírio, fornecendo armas, treinamento e apoio logístico por meio da Guarda Revolucionária Islâmica. Além disso, o Irã enviou milhares de conselheiros militares e voluntários para o combate direto ao lado das forças de Assad. Embora os EUA tenham liderado operações ostensivas contra o ISIS, também apoiaram abertamente milícias anti-Assad e, em alguns casos, ofereceram suporte indireto a grupos jihadistas. Apesar de a recompensa de 10 milhões de dólares pela captura do comandante da Al-Qaeda na Síria ter sido anunciada em 2013, documentos revelam contradições na política americana. Em um e-mail de Jake Sullivan, então funcionário do Departamento de Estado, para Hillary Clinton, foi afirmado que "a Al-Qaeda está do nosso lado na Síria." A relação entre o HTS e o Ocidente é marcada por contradições e interesses estratégicos. Embora oficialmente classificado como uma organização terrorista, o grupo foi visto como útil em certos contextos geopolíticos, evidenciando o papel ambíguo das grandes potências no apoio a facções armadas em conflitos regionais. O que os sírios dizem de tudo isso? Se a situação já se revela extremamente complexa para analistas de geopolítica em todo o mundo, não é diferente para o povo sírio. Como mencionado anteriormente, o regime de Bashar al-Assad adota abordagens distintas dependendo da região, como é o caso de Idlib, e estabelece relações variadas com diferentes segmentos da população civil, incluindo os refugiados palestinos. Em diferentes áreas e frente a distintos grupos, observa-se uma diversidade de sentimentos — afeição ou hostilidade — em relação ao regime, algo que, dadas as circunstâncias, é perfeitamente compreensível. Nesse contexto, é importante destacar que, apesar das divisões internas, a população civil permanece como a principal vítima nas disputas de poder, sejam elas conduzidas por coalizões rebeldes locais ou por potências externas, como os Estados Unidos, Israel, Turquia, Irã e Rússia. Quem está certo, quem está errado? A escalada do conflito na Síria evidencia um intricado jogo geopolítico, onde interesses regionais e globais se cruzam em um campo de batalha marcado por alianças instáveis e estratégias oportunistas. O envolvimento direto e indireto de potências como Estados Unidos, Israel, Rússia, Turquia e Irã transforma o território sírio em uma fraça de todas as tensões mundiais em andamento, agravando o sofrimento de sua população. Embora as narrativas tentem justificar ações militares como medidas de segurança ou luta contra o terrorismo, o impacto real é sentido nos escombros das cidades, nas vidas perdidas e nas comunidades destroçadas. Nesse cenário, é fundamental questionar os interesses por trás das ações dos diversos atores, refletindo sobre quem realmente se beneficia com a perpetuação da guerra. A Síria, um país rico em história e cultura, segue refém de disputas que ultrapassam suas fronteiras, enquanto sua população luta para sobreviver em meio ao caos. A paz, embora desejada, permanece distante, soterrada por escombros de interesses políticos, econômicos e estratégicos que continuam a ditar os rumos do conflito. [1] O termo salafista-jihadista refere-se a uma ideologia político-religiosa que combina elementos do salafismo, um movimento islâmico que busca retornar às práticas dos primeiros muçulmanos ( salaf ), com a crença na jihad como meio de alcançar objetivos políticos e religiosos. Grupos salafistas-jihadistas, como a Al-Qaeda e o Estado Islâmico (EI), interpretam textos islâmicos de forma estrita e militante, promovendo a luta armada contra aqueles que consideram inimigos do Islã, incluindo governos muçulmanos que acusam de apostasia e potências ocidentais. Embora representem uma minoria dentro do salafismo, esses grupos têm exercido impacto desproporcional nos conflitos contemporâneos e no discurso global sobre terrorismo. [2] A Turquia abriga a maior população de refugiados do mundo, com mais de 3,5 milhões de sírios registrados sob proteção temporária, de acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Desde o início da guerra civil na Síria em 2011, o país adotou uma política de portas abertas, estabelecendo campos de refugiados e oferecendo acesso a serviços básicos como saúde e educação. No entanto, a integração dos refugiados na sociedade turca tem enfrentado desafios, incluindo tensões econômicas, sociais e políticas, especialmente em regiões próximas à fronteira síria, onde a concentração de refugiados é maior. Nos últimos anos, pressões internas têm levado a um endurecimento da retórica política e ao debate sobre o retorno voluntário ou forçado desses refugiados a zonas seguras no norte da Síria.
Protestos em Moçambique se intensificam, com enfrentamentos e bloqueios nas ruas
Em Maputo, manifestações contra os resultados das eleições gerais de 9 de outubro voltaram a paralisar as ruas nesta sexta-feira. Centenas de manifestantes bloquearam a Avenida Acordos de Lusaka, no centro da capital moçambicana, queimando pneus e impedindo o tráfego. Os protestos, que são liderados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, exigem a anulação dos resultados eleitorais, com Mondlane contestando a vitória de Daniel Chapo, da Frelimo, que foi declarado vencedor pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). Os manifestantes alegam abusos por parte da polícia, que teria levado alguns deles para a delegacia antes do início dos protestos. Em meio aos bloqueios, os militares chegaram para tentar "restaurar a ordem", mas enfrentaram dificuldades. A tensão tem aumentado desde a divulgação dos resultados eleitorais, que colocaram Mondlane em segundo lugar. De acordo com a ONG Plataforma Eleitoral Decide, os protestos desde o final de outubro já resultaram em pelo menos 88 mortes, 274 feridos a bala e 3.450 detenções. Mondlane continua a incitar novas manifestações em todo o país, com paralisações programadas até 11 de dezembro, com a paralisação do tráfego das 08h00 às 16h00. O candidato não reconhece os resultados da eleição, que ainda precisam ser validados pelo Conselho Constitucional.
"Não vamos aceitar que decidam sobre nós sem nós". Rússia expõe hipocrisia ocidental e dita as condições para encerrar conflito na Ucrânia
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, destacou os objetivos claros de Moscou na operação militar na Ucrânia, durante entrevista ao jornalista americano Tucker Carlson. Lavrov enfatizou que a Rússia está aberta a negociações, mas reiterou que as condições para um acordo devem respeitar a soberania e os interesses de segurança do país. Lavrov refutou as acusações de que o presidente Vladimir Putin estaria evitando negociações e lembrou que, em 2022, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky proibiu oficialmente qualquer diálogo com Moscow. "Por que não pedem a ele [Zelensky] que revogue publicamente essa ordem? Isso seria um sinal de que ele realmente busca negociações", questionou o chanceler russo. Termos propostos pela Rússia O ministro apontou para o discurso de Putin em junho, no qual os termos russos foram detalhados: a retirada das forças ucranianas de territórios considerados russos, o respeito aos direitos da população de língua russa e a transformação da Ucrânia em um estado neutro e não nuclear. "O princípio-chave é o status de não alinhamento da Ucrânia. Sem OTAN, sem bases militares estrangeiras e sem exercícios com tropas estrangeiras em solo ucraniano", afirmou Lavrov. Legitimidade e princípios internacionais Lavrov defendeu que os objetivos russos estão alinhados tanto com a Carta das Nações Unidas quanto com os princípios da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que preveem que nenhum país ou organização deve expandir sua segurança às custas de outros. "A OTAN violou esses princípios ao expandir suas fronteiras em detrimento da nossa segurança. Nossa posição é legítima e baseada nesses acordos internacionais", argumentou. Críticas ao Ocidente O chanceler também criticou o que chamou de tentativas do Ocidente de determinar o destino da Rússia sem a participação de Moscow. "Não vamos aceitar que decidam sobre nós sem nós", declarou, destacando que o apoio do ocidente à Ucrânia contradiz seus próprios compromissos públicos. Lavrov concluiu reafirmando que os objetivos da Rússia são justos e coerentes com os direitos e princípios internacionais, enquanto acusou o Ocidente de ignorar as causas profundas do conflito e de buscar uma solução que favoreça apenas seus interesses estratégicos.
Israel anuncia plano para fechar Administração Civil e avançar com anexação da Cisjordânia
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, revelou nesta sexta-feira (6) planos para desmantelar a Administração Civil na Cisjordânia, em um movimento que ele descreveu como parte de uma estratégia mais ampla de anexar o território ocupado a Israel. Smotrich afirmou que a proposta já foi discutida com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e está alinhada para ser implementada durante um possível segundo mandato de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. "Temos uma oportunidade significativa com a nova administração dos EUA para alcançar a normalização total e integrar ministérios israelenses na região", disse o ministro, em declarações publicadas pelo jornal Yedioth Ahronoth. O ministro também mencionou que vem trabalhando com Yehiel Light, embaixador israelense designado para Washington, para garantir avanços concretos na questão. "Estamos empenhados em transformar essa visão em realidade e acreditamos que o momento é oportuno para isso", destacou Smotrich. O plano inclui o fechamento da Administração Civil, órgão responsável por fornecer serviços a cerca de 250 mil palestinos na Área C da Cisjordânia, que representa 60% do território e está sob controle exclusivo de Israel, conforme estipulado pelos Acordos de Oslo. Especialistas e defensores dos direitos humanos alertam que tal medida consolidaria ainda mais a ocupação israelense e representaria um passo definitivo em direção à anexação formal da Cisjordânia, ignorando o direito internacional e as resoluções das Nações Unidas.
Liga Árabe adia reunião de emergência para tratar de ataques israelenses e crises regionais
A Liga Árabe informou o adiamento da reunião de emergência dos ministros das Relações Exteriores, inicialmente programada para este domingo (8). O encontro seria realizado na sede da organização, no Cairo, e tinha como pauta principal os recentes ataques israelenses contra palestinos em Gaza e na Cisjordânia, além das ameaças de Israel ao Iraque e a situação na Síria. A convocação da reunião foi feita pela Palestina e pela Síria, que pediram uma resposta unificada às crescentes tensões e aos desdobramentos na região. Uma nova data será anunciada posteriormente, conforme comunicado oficial da Liga Árabe. O adiamento ocorre em meio a um cenário de intensificação dos conflitos e amplia as expectativas sobre as possíveis ações diplomáticas a serem tomadas pelos países árabes diante das crises que afetam o Oriente Médio.
Hezbollah promete apoio à Síria contra terroristas e apela à solidariedade árabe
O líder interino do Hezbollah, Naim Qassem, declarou nesta quinta-feira (6) que o grupo militante libanês intensificará seu apoio ao governo da Síria em sua luta contra os terroristas. Em discurso, Qassem atribuiu as agressões ao território sírio ao que chamou de "patrocínio dos Estados Unidos e de Israel" e pediu que os países árabes se unam a Damasco na resistência. "A agressão à Síria é patrocinada pelos Estados Unidos e Israel. Desde 2011, quando os problemas começaram na Síria, os jihadistas sempre foram ferramentas deles", afirmou Qassem. A guerra na Síria, iniciada em 2011, viu o governo de Bashar al-Assad enfrentar uma oposição armada fragmentada, que incluiu grupos terroristas fortalecidos por combatentes estrangeiros e apoio militar externo. Apesar da intervenção militar russa em 2015, que permitiu ao exército sírio recuperar grande parte do território, áreas como a província de Idlib, próxima à fronteira com a Turquia, continuam fora de controle governamental. Na última semana, a situação na Síria se agravou com um ataque em larga escala lançado pelo grupo terrorista Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e seus aliados no noroeste do país. Os insurgentes capturaram áreas estratégicas nas províncias de Aleppo, Idlib e Hama, em um movimento que intensificou as tensões na região. O HTS, considerado uma organização terrorista por diversas nações, incluindo Síria, Rússia, EUA e Irã, representa uma ameaça significativa ao governo sírio. Para Qassem, os EUA tentam desestabilizar o país como forma de enfraquecer sua posição de resistência e alinhá-lo com os interesses israelenses. O líder do Hezbollah criticou a postura de inação de países árabes diante da crise síria e comparou a situação aos ataques israelenses em Gaza e no Líbano. "É hora de os países árabes e a comunidade muçulmana ajudarem a Síria a combater os jihadistas. Ficar em silêncio é ser cúmplice", disse Qassem.
Tarcísio admite erro sobre câmeras em fardas da PM e promete 'punições severas' a abusos
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reconheceu nesta quinta-feira (6) que estava equivocado ao se opor ao uso de câmeras corporais por policiais militares. A declaração ocorre em meio à crescente pressão por respostas diante de sucessivos episódios de violência policial no estado. "Eu era completamente contrário, tinha uma visão equivocada. Hoje, estou absolutamente convencido de que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial", afirmou Tarcísio A fala do governador veio após a repercussão de um caso registrado no último domingo, em que um policial militar foi flagrado arremessando um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo. A vítima, que caiu de uma altura de três metros, sofreu ferimentos, mas está fora de perigo. O PM envolvido foi preso preventivamente e será expulso da corporação, conforme assegurou Tarcísio. "É algo inaceitável. Ele está no presídio militar e não há dúvidas de que será punido exemplarmente." O governador, apontado como possível candidato à Presidência em 2026, reforçou seu compromisso em coibir abusos e responsabilizar os agentes que violarem a lei. "Punições exemplares serão aplicadas aos que transgridem", declarou, marcando uma mudança de postura em relação à sua oposição inicial às câmeras corporais. A gestão de Tarcísio também enfrenta críticas por outros episódios recentes. Entre eles, a morte de um homem atingido pelas costas por um policial à paisana durante uma tentativa de furto em um supermercado e o assassinato de um estudante de medicina desarmado por um PM na Vila Mariana. Os casos reacenderam debates sobre a atuação da Polícia Militar de São Paulo, que registrou 496 mortes entre janeiro e setembro deste ano, o maior número desde 2020, segundo dados oficiais. Além disso, cresce a pressão para a demissão do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, um ex-capitão da PM que, antes de assumir o cargo, declarou publicamente ter deixado o batalhão de elite da corporação "porque matei muito ladrão". Tarcísio, aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenta equilibrar a crise política e institucional enquanto busca fortalecer sua imagem para futuras disputas eleitorais.
Lula homenageia Mujica no Uruguai com a Ordem do Cruzeiro do Sul
Na tarde desta quinta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou no Uruguai para participar da cúpula do Mercosul. Antes dos compromissos oficiais, Lula se reuniu com o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, a quem concedeu a Ordem do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração do Brasil. Durante a cerimônia privada, Lula disse que a homenagem transcende os cargos ocupados por Mujica. "Essa medalha não é pelo fato dele ter sido presidente do Uruguai, mas pelo fato de ser um amigo", declarou o presidente brasileiro, visivelmente emocionado. Mujica, que enfrenta um câncer de esôfago diagnosticado em abril e atualmente passa por tratamento aos 89 anos, agradeceu a honraria com palavras marcadas pela cumplicidade entre os dois líderes. "Recebo essa medalha em nome do meu povo. Fiz o que podia pelo meu povo, e nada mais. Obrigado pela sua vida, Lula", afirmou. A relação entre os dois ex-presidentes é antiga e estreita. Mujica, que governou o Uruguai entre 2010 e 2015, chegou a visitar Lula em 2018, durante seu período de prisão em Curitiba. Os encontros entre os dois continuaram mesmo fora dos mandatos presidenciais, reforçando o vínculo de amizade que Lula descreveu como único. "De todos os presidentes que conheci, o Pepe Mujica é a pessoa mais extraordinária que já encontrei", disse, emocionado.
Seca histórica ameaça a segurança alimentar de 26 milhões de pessoas na África Austral
Uma seca histórica, exacerbada pelo fenômeno climático El Niño 2023-2024, ameaça a segurança alimentar de 26 milhões de pessoas na África Austral, alertou o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas. O impacto da seca deve persistir até as colheitas de 2025, com previsões de agravamento da crise. Os países mais afetados incluem Angola, Lesoto, Malawi, Moçambique, Namíbia, Zâmbia e Zimbábue, que já enfrentam sérios desafios, como a destruição de lavouras e a morte de gado. As autoridades locais em cinco desses países – Lesoto, Malawi, Namíbia, Zâmbia e Zimbábue – já declararam estado de emergência devido à escassez alimentar. Eric Perdison, diretor regional do PAM para a África Austral, afirmou que a seca induzida pelo El Niño é a principal causa da insegurança alimentar. "A situação é alarmante, e as comunidades enfrentam sérias dificuldades para garantir acesso a alimentos suficientes e nutritivos", disse Antonella D'Aprile, diretora do PAM em Moçambique. Em algumas áreas, as famílias sobrevivem com uma única refeição por dia, e a ajuda humanitária se tornou urgentemente necessária. Além disso, o PAM relatou a importação de alimentos para assistências em países como o Malawi, onde a seca afetou gravemente as colheitas. A Zâmbia, tradicionalmente um celeiro alimentar da região, também está à beira de uma crise alimentar. A Namíbia, apesar de seu status de país de renda média-alta, enfrenta uma situação igualmente grave, com todas as suas regiões afetadas pela seca. Em resposta a essa emergência, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou recentemente um pacote de ajuda humanitária de US$ 1 bilhão para 31 países africanos, incluindo os mais impactados pela seca.
700 novas espécies de plantas e animais foram descobertas na Bacia do Congo
Mais de 700 novas espécies de plantas e animais foram descobertas na Bacia do Congo, localizada na África conforme um relatório divulgado pela World Wide Fund for Nature (WWF). A pesquisa destaca a significativa biodiversidade da região e reforça a necessidade de esforços conjuntos para a conservação e proteção desse ecossistema frágil. A Bacia do Congo, que cobre seis países, foi identificada como um dos locais mais subexplorados do planeta, e a WWF alerta para a urgência de sua proteção. "A Bacia do Congo continua sendo um dos lugares menos pesquisados, e precisamos agir com mais determinação para garantir sua preservação", afirmou Allard Blom, vice-presidente do WWF para florestas africanas. O relatório, intitulado New Life in the Congo Basin: A Decade of Species Discoveries (2013–2023), documenta a descoberta de 742 novas espécies, incluindo plantas, invertebrados, peixes, anfíbios, répteis, pássaros e mamíferos. Entre as espécies encontradas estão um novo tipo de café, sapos com garras, crocodilos, peixes-elétricos, corujas e tartarugas, entre outros animais. Além de sua diversidade biológica, a Bacia do Congo é crucial para o equilíbrio climático global, sendo o maior sumidouro de carbono do mundo, superando até mesmo a Amazônia na absorção de gases de efeito estufa. O relatório também destaca o papel vital das comunidades indígenas na proteção da biodiversidade local, ressaltando a importância de respeitar seus direitos e práticas tradicionais. "É fundamental que as vozes e os direitos dos povos indígenas sejam reconhecidos como responsáveis pela gestão dessa terra", afirmou Moise Kono, coordenador de povos indígenas do WWF-Camarões.
O exército sírio confirmou a infiltração de terroristas do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) na cidade de Hama
O exército sírio confirmou, em um comunicado divulgado nesta quinta-feira, a infiltração de terroristas do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) na cidade de Hama, no oeste do país. Segundo a nota, as forças sírias enfrentaram intensos combates para conter os ataques contínuos dos terroristas, que avançaram a partir de diversos pontos da cidade, utilizando diversos recursos militares. Apesar das pesadas baixas sofridas pelos combatentes inimigos, os terroristas conseguiram penetrar na cidade de Hama, aproveitando os intensos confrontos entre o exército sírio e os grupos armados. Em resposta, para proteger os civis e evitar vítimas em áreas urbanas, as tropas sírias foram retiradas temporariamente da cidade. O exército sírio também relatou que, em uma contraofensiva recente, cerca de 300 terroristas, incluindo combatentes estrangeiros, foram mortos nos subúrbios do norte de Hama. As tropas sírias, no entanto, afirmaram que continuam firmes em sua missão de recuperar os territórios ocupados pelos terroristas e de garantir a segurança da população local. Pouco antes da divulgação dessa declaração, a mídia vinculada aos grupos terroristas havia informado sobre o avanço para as áreas de Al-Arbaeen, Al-Mazarib e Al-Sawaiq, além da movimentação das forças sírias em direção aos setores ocidentais da cidade.
"Moscow não comprometerá seus interesses nacionais essenciais". Putin, Trump e a proposta para resolver o conflito na Ucrânia
A Rússia se mostrou disposta a considerar os planos do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para resolver o conflito na Ucrânia, mas ainda não recebeu nenhuma proposta formal, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov. Trump tem afirmado repetidamente que encerraria o conflito entre Rússia e Ucrânia em 24 horas após assumir a presidência, mas, desde sua vitória nas eleições de novembro, Moscow não estabeleceu comunicação direta com ele ou sua equipe sobre o assunto, conforme destacou Ryabkov. O diplomata russo sublinhou que a Rússia analisará as propostas de Trump assim que forem apresentadas, mas reafirmou que Moscow não comprometerá seus interesses nacionais essenciais. Ryabkov também ressaltou que, no momento, não há espaço para um compromisso entre Moscow e Kiev, uma vez que as posições dos presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky parecem ser irreconciliáveis. Segundo ele, a chance de uma solução será possível apenas quando Kiev entender que não há alternativa à postura russa. "Se as autoridades ucranianas compreenderem que não há como a Rússia ceder, poderão surgir novas oportunidades para o diálogo", afirmou. Em relação às tensões geopolíticas, o vice-ministro alertou que a situação atual é mais grave até do que no auge da Guerra Fria, destacando a preocupação com o aumento dos riscos. Ryabkov acusou o ocidente de agir sem sensatez, ignorando a firmeza da Rússia em defender seus interesses de segurança. O diplomata também enfatizou que a Rússia não cederá às pressões externas, garantindo que a nação tem a força e a determinação necessárias para manter seus objetivos, independentemente do apoio financeiro dos EUA a Kiev ou das ações da União Europeia. "Vamos prevalecer", assegurou Ryabkov. Por fim, ele advertiu que, caso Washington continue a ignorar a postura russa, Moscou poderá ser forçada a adotar "meios militares mais fortes". O vice-ministro também avisou que qualquer provocação será respondida de forma contundente, reafirmando a disposição da Rússia em proteger seus interesses a todo custo.
Sindicato dos Jornalistas Palestinos lança campanha digital em apoio às mulheres jornalistas sob ocupação
O Sindicato dos Jornalistas Palestinos (PJS) iniciou nesta quinta-feira (5) uma campanha nas redes sociais com a hashtag #WomenJournalistsWartime. A ação faz parte dos 16 Dias de Ativismo Contra a Violência de Gênero e busca chamar atenção para as violências enfrentadas por mulheres palestinas, especialmente jornalistas, em meio à ocupação militar israelense. Em nota oficial, o sindicato convocou jornalistas, organizações de direitos das mulheres e grupos de direitos humanos a se engajarem na iniciativa, compartilhando conteúdos com a hashtag #WomenJournalistsWartime em plataformas como Facebook, Twitter, Instagram, Telegram e TikTok. A campanha foi oficialmente lançada ao meio-dia, horário local. A iniciativa visa destacar o impacto da violência sofrida por mulheres palestinas no contexto da ocupação, com um foco especial nas jornalistas. Segundo o sindicato, mais de 25 jornalistas foram mortas e dezenas de outras ficaram feridas ou foram presas durante a ofensiva militar israelense em Gaza. O Sindicato dos Jornalistas Palestinos reforçou o apelo à solidariedade, instando que organizações e indivíduos participem para apoiar as mulheres palestinas, em especial as profissionais da comunicação, que enfrentam riscos extremos enquanto desempenham suas funções em tempos de conflito. Ativismo pelos direitos das mulheres Integrada aos 16 Dias de Ativismo Contra a Violência de Gênero, a campanha também tem como objetivo amplificar a luta por justiça e direitos humanos, destacando os desafios e as opressões enfrentadas pelas mulheres palestinas. A mobilização pretende não apenas sensibilizar a comunidade internacional, mas também criar uma rede de apoio e reconhecimento à resiliência das mulheres palestinas, que continuam a resistir em meio à violência e à opressão.
China impõe sanções a empresas e executivos dos EUA após vendas de armas a Taiwan
Pequim anunciou sanções contra mais de uma dúzia de empresas militares e altos executivos dos Estados Unidos, em resposta à aprovação recente de vendas de armamentos de Washington para Taiwan. A medida foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores da China nesta quinta-feira (5). Na semana anterior, o Departamento de Estado dos EUA havia autorizado a venda de equipamentos militares adicionais para a ilha, totalizando US$ 385 milhões. Esse montante soma-se a pacotes previamente aprovados em 2023, incluindo US$ 2 bilhões em outubro e outros US$ 567 milhões em setembro. Segundo o porta-voz do Ministério, Lin Jian, os acordos "violam seriamente" o princípio de Uma Só China, além de "interferirem nos assuntos internos da China e prejudicarem sua soberania e integridade territorial" . Pequim considera Taiwan parte integrante da República Popular da China e denuncia que os EUA, embora oficialmente reconheçam essa política, mantêm relações militares com o governo em Taipei. Sanções aplicadas e advertências de Pequim A partir desta quinta-feira, ativos de 13 empresas de defesa norte-americanas serão congelados na China, e essas corporações estarão proibidas de realizar negócios ou colaborações com entidades e indivíduos chineses. Seis altos executivos dessas empresas terão vistos revogados e entrada no país negada. O governo chinês instou os EUA a cessarem imediatamente as vendas de armas a Taiwan e a interromperem o apoio às forças que buscam a independência da ilha. Contexto e tensões crescentes Taiwan é governada de forma autônoma desde 1949, quando nacionalistas derrotados na Guerra Civil Chinesa se estabeleceram na ilha. Apesar disso, apenas um pequeno número de países reconhece sua soberania, com a maioria, incluindo os EUA, aceitando a posição de Pequim de que Taiwan faz parte da República Popular da China. Nos últimos meses, as tensões escalaram com exercícios militares chineses em torno da ilha e declarações do governo de Taipei sobre a possibilidade de uso da força por Pequim. A China argumenta que o apoio militar dos EUA a Taiwan contraria os compromissos assumidos no Comunicado de 17 de agosto de 1982, no qual Washington prometeu reduzir gradualmente a venda de armas para a ilha. Em novembro, o presidente chinês Xi Jinping destacou que a questão de Taiwan é uma "linha vermelha" nas relações entre Pequim e Washington, alertando que a postura dos EUA pode comprometer a estabilidade entre as duas potências.
Exército sírio elimina 300 terroristas no norte de Hama
Nesta quarta-feira (4), o Exército da Síria anunciou ter neutralizado cerca de 300 combatentes, incluindo mercenários estrangeiros, em intensas operações realizadas nas áreas de conflito ao norte de Hama. De acordo com o Ministério da Defesa sírio, as forças terrestres, com suporte da aviação militar russa, conduziram ataques contra posições estratégicas ocupadas por grupos armados. "Nossas tropas, posicionadas ao longo de toda a linha de frente no norte de Hama, enfrentaram batalhas intensas desde as primeiras horas do dia, resultando na eliminação de pelo menos 300 combatentes inimigos, entre eles estrangeiros", destacou o comunicado oficial. A agência estatal síria, SANA, informou que, além das baixas, o Exército destruiu mais de 20 drones utilizados pelos insurgentes durante os combates. Nas últimas semanas, o norte de Hama tornou-se o epicentro de confrontos devido à ofensiva liderada por grupos terroristas, como o Hayat Tahrir al-Sham (HTS). Desde 27 de novembro, essas organizações intensificaram ataques com apoio de combatentes estrangeiros, armamento pesado e drones, mirando tanto Alepo quanto posições em Idlib. O Exército sírio, no entanto, tem conseguido avanços significativos, assegurando o controle de áreas estratégicas e cortando linhas de suprimento dos insurgentes. Com reforços enviados recentemente à região, as forças governamentais mantêm a ofensiva para consolidar sua posição e proteger vilarejos ao redor de Hama. A batalha no norte da Síria segue intensa, refletindo o complexo cenário do conflito que persiste no país.
Tensão em Moçambique: ONU pede investigação sobre atropelamento durante protestos
A capital de Moçambique, Maputo, enfrentou mais um dia de tensão nesta quarta-feira, em meio às manifestações pós-eleitorais que continuam a agitar a cidade. Os protestos, motivados pela contestação aos resultados das eleições de 9 de outubro, que garantiram a vitória ao candidato governista Daniel Chapo, geraram confrontos e bloqueios em diversas vias. Grupos de jovens saíram às ruas com cartazes de protesto e interditaram as principais vias de acesso, parando veículos e dificultando o trânsito entre 8h e 16h. No meio dos tumultos, imagens compartilhadas nas redes sociais mostraram o atropelamento de uma jovem por um carro blindado das forças de segurança, durante uma manifestação na Avenida Eduardo Mondlane, uma das mais movimentadas da capital. O incidente gerou grande preocupação, especialmente após relatos de outras vítimas e feridos durante os protestos. A coordenadora residente da ONU em Moçambique, Catherine Sozi, expressou seu alarmismo nas redes sociais, destacando os relatos de mortes e ferimentos decorrentes dos confrontos. Sozi pediu uma investigação rigorosa sobre os incidentes e a responsabilização dos envolvidos. Em suas declarações, a chefe da ONU no país reiterou o apelo de António Guterres, secretário-geral da ONU, para que as autoridades moçambicanas mantenham a calma e busquem a contenção necessária, assegurando que os desafios do país sejam resolvidos de forma pacífica e respeitosa com as instituições democráticas. Em Genebra, Volker Turk, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, também se manifestou, condenando o uso desproporcional de força pela polícia e renovando seu apelo pela redução da violência nas ruas de Maputo. Segundo dados da plataforma eleitoral Decide, desde o início das manifestações, em 21 de outubro, pelo menos 67 pessoas perderam a vida e 210 foram baleadas durante os protestos. A situação continua a ser monitorada de perto, com a ONU e autoridades internacionais pedindo que os responsáveis pela escalada da violência sejam identificados e responsabilizados.
Trump nomeia ex-assessor condenado por envolvimento na invasão do Capitólio para cargo de confiança na Casa Branca
Peter Navarro, ex-assessor de Donald Trump, foi nomeado por ele como novo conselheiro sênior para comércio e indústria, cargo anunciado nesta quarta-feira (4) pelo presidente eleito em sua plataforma Truth Social. Navarro, que já havia atuado no governo Trump durante seu primeiro mandato, teve uma condenação recente relacionada ao ataque ao Capitólio em 2021, por desrespeitar uma intimação do Congresso. Navarro foi sentenciado a quatro meses de prisão, mas considera a condenação uma manobra política. Após cumprir sua pena, ele voltou a se manifestar publicamente, destacando sua prisão como um sacrifício pessoal para proteger seus apoiadores. A nomeação de Navarro para o novo cargo é justificada por Trump, que destaca a experiência de Navarro na Casa Branca, além de suas habilidades em análise política e comunicação. Durante o governo Trump, Navarro foi uma figura chave nas políticas comerciais, especialmente em relação à China, e também impulsionou tarifas para reduzir o déficit comercial com o país. Seu posicionamento agressivo, que incluiu confrontos públicos com aliados internacionais, como o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, gerou polêmicas e pedidos de desculpas por parte de Navarro em algumas ocasiões. Além de Navarro, Trump anunciou outras nomeações, incluindo Michael Whatley para a presidência do Comitê Nacional Republicano, e o bilionário Jared Isaacman para liderar a NASA. Isaacman, conhecido por suas viagens espaciais com a SpaceX, também foi escolhido para liderar a agência espacial, atraindo elogios por sua visão para o futuro da exploração espacial. Outras escolhas incluem Daniel Driscoll como secretário do Exército e Adam Boehler como enviado especial para assuntos de reféns.
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Ministério da Saúde palestino pede - novamente - suspensão imediata da agressão israelense a profissionais de saúde
O Ministério da Saúde palestino renovou seu apelo urgente à comunidade internacional, organizações de direitos humanos e saúde, bem como ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha, exigindo ação imediata para interromper a agressão brutal da ocupação israelense contra o sistema de saúde, seus profissionais, pacientes e feridos. De acordo com o ministério, a ocupação israelense tem intensificado ataques a centros de tratamento, bombardeando hospitais, matando e ferindo pessoas dentro das instalações e prendendo aqueles que estão prestando cuidados médicos. As forças de ocupação têm dificultado a entrada de suprimentos médicos essenciais e o apoio humanitário, agravando ainda mais a crise. Recentemente, também têm atacado equipes médicas voluntárias de diferentes países. Um dos hospitais mais afetados, o Hospital Kamal Adwan, enfrenta um novo ataque que é descrito como um crime de guerra, com as forças de ocupação utilizando diversos métodos de violência dentro e ao redor da instalação. Os feridos no local estão sofrendo com lesões graves e necessitam urgentemente de tratamento. O Ministério da Saúde palestino descreveu a situação na Faixa de Gaza como um desastre humanitário de proporções indescritíveis, com a população enfrentando a falta de condições básicas de vida, incluindo acesso a água potável, eletricidade, alimentos e medicamentos. O ambiente de saúde local está em colapso, e não há segurança para os cidadãos contra doenças ou as intempéries. O ministério também destacou que, há mais de um ano, tem feito apelos diários para garantir a proteção de centros de saúde, profissionais médicos e equipes de ambulância, além de exigir a entrada de suprimentos médicos e a evacuação de feridos para tratamento. Atualmente, apenas 17 dos 36 hospitais da região estão operando parcialmente, enfrentando uma escassez crítica de pessoal, suprimentos, equipamentos e combustível. Esses hospitais correm o risco de interromper suas atividades a qualquer momento. Além disso, a maioria dos centros de emergência e saúde está fora de operação, com aproximadamente 1.050 profissionais de saúde mortos até o momento e 136 ambulâncias fora de serviço. O setor de saúde palestino foi alvo de mais de 1.000 ataques até agora, agravando ainda mais a crise humanitária na região.
Cerca de 4,8 milhões de pessoas em Moçambique precisam de ajuda humanitária urgente
Cerca de 4,8 milhões de pessoas em Moçambique precisam de ajuda humanitária urgente, com 64 milhões de dólares (60,6 milhões de euros) necessários para atender a essas demandas, informou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta quinta-feira. A organização alertou que uma combinação de crises — conflito armado, seca e emergências de saúde pública — está sobrecarregando os recursos destinados à assistência humanitária. Aproximadamente 10% dos afetados são pessoas com deficiência, e entre os necessitados, 3,4 milhões são crianças. O Unicef detalhou que 64 milhões de dólares são necessários para atender às necessidades mais urgentes de 2,5 milhões de pessoas em todo o país, incluindo 2,1 milhões de crianças. Em Cabo Delgado, uma das províncias mais afetadas pela insurgência armada, mais de 1,3 milhões de deslocados internos, retornados e comunidades anfitriãs precisam de assistência, sendo que 80% desses deslocados são mulheres e crianças. Além disso, cerca de 3,3 milhões de pessoas poderão enfrentar níveis críticos de insegurança alimentar devido aos efeitos do El Niño, com padrões climáticos La Niña que podem agravar ainda mais a situação em 2025. A Unicef também alertou que mais de 29.000 crianças menores de 5 anos podem precisar de tratamento para desnutrição aguda grave. A agência das Nações Unidas destacou ainda que a falta de financiamento contínuo e flexível coloca em risco o bem-estar de milhões de crianças no país. A crescente necessidade de assistência humanitária é uma resposta a crises alimentares causadas pela seca, fenômenos climáticos extremos e instabilidade política, que afetam principalmente as regiões centro e sul de Moçambique. A ONU já havia indicado em setembro que cerca de dois milhões de pessoas no país precisavam de ajuda humanitária, com a seca provocada pelo El Niño impactando severamente a segurança alimentar entre outubro de 2023 e março de 2025. Moçambique, um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas, enfrenta secas, cheias e ciclones tropicais durante a temporada de chuvas, entre outubro e abril.
Mercosul e União Europeia Concluem Negociações Históricas de Acordo de Parceria
Os presidentes do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e da Comissão Europeia anunciaram, durante a 65ª Cúpula do Mercosul em Montevidéu, a conclusão do Acordo de Parceria entre Mercosul e União Europeia. O tratado, que criará uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, abrange economias que somam US$ 22 trilhões e uma população de 718 milhões de pessoas. Após dois anos de intensas negociações, coordenadas pelo Brasil, o acordo preserva a capacidade de implementação de políticas públicas em setores estratégicos como saúde e desenvolvimento industrial, além de conter compromissos com o desenvolvimento sustentável. Agora, os textos seguem para revisão legal e tradução antes da assinatura formal prevista para os próximos meses.
Forças israelenses atacam fiéis palestinos em vila próxima a Belém
Tropas israelenses realizaram, nesta sexta-feira (6), um ataque contra fiéis palestinos na vila de Husan, localizada a oeste de Belém, na Cisjordânia ocupada, conforme informou uma autoridade local. Rami Hamamreh, chefe do conselho da aldeia, afirmou que as forças israelenses dispararam bombas contra os fiéis que deixavam a mesquita Abu Bakr As-Siddiq, logo após as orações do meio-dia, na entrada leste da vila. "Esse tipo de ação reflete um padrão contínuo de agressões contra os moradores de Husan", destacou Hamamreh, apontando que os ataques têm se tornado frequentes na região. A vila de Husan, como outras localidades palestinas, enfrenta repetidas incursões e confrontos com as forças israelenses, que justificam suas ações como parte de operações de segurança. No entanto, organizações de direitos humanos denunciam essas medidas como parte de uma política de repressão e intimidação contra a população local.
Macron confirma permanência até 2027 e promete novo primeiro-ministro após renúncia de Barnier
O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta quinta-feira (6) que seguirá no cargo até o final de seu mandato em 2027, apesar das turbulências políticas que culminaram na renúncia do primeiro-ministro Michel Barnier. A saída de Barnier ocorreu após a Assembleia Nacional aprovar um voto de desconfiança, encerrando o mandato mais curto de um premiê na história moderna da França. Barnier, ex-negociador do Brexit e escolhido por Macron em setembro, enfrentou resistência feroz tanto da Nova Frente Popular (NPF), de esquerda, quanto da União Nacional (RN), de direita, em meio a debates sobre cortes no orçamento da previdência social e aumento de impostos. Em resposta à crise, Macron criticou a aliança entre os dois blocos opositores, chamando-a de "frente anti-republicana" e descartou apelos por sua renúncia ou novas eleições antes de julho de 2024. "Não vou arcar com a irresponsabilidade de outras pessoas", declarou o presidente em seu primeiro discurso público após a renúncia de Barnier. A proposta de Barnier para reduzir € 40 bilhões em gastos e aumentar € 20 bilhões em impostos aprofundou o impasse político. Ele utilizou a mesma legislação controversa empregada por Macron para aumentar a idade de aposentadoria, medida que gerou ampla rejeição entre os legisladores e a população. O RN, liderado por Marine Le Pen, ameaçou o voto de desconfiança caso o governo não aceitasse uma série de demandas. A instabilidade parlamentar reflete um cenário raro na política francesa: um governo minoritário fragilizado e um parlamento profundamente dividido. Macron afirmou que anunciará um novo primeiro-ministro nos próximos dias, mas até lá Barnier permanecerá como interino. O presidente, que tem poder exclusivo para nomear o chefe de governo, não descartou a possibilidade de escolher alguém fora do partido dominante. A crise ressalta as dificuldades enfrentadas pela segunda maior economia da zona do euro, descrita como tendo "uma montanha de dívidas" e enfrentando um cenário político mais fragmentado do que em qualquer outro momento das últimas gerações.
Venâncio Mondlane exige diálogo com após protestos pós-eleitorais em Moçambique
O candidato presidencial Venâncio Mondlane anunciou nesta quinta-feira que aguarda um contato do presidente moçambicano Filipe Nyusi para discutir a situação pós-eleitoral do país. Mondlane sugeriu uma reunião virtual entre ambos, que poderia ser transmitida ao público, e afirmou estar disponível para dialogar a qualquer momento. "Estou ansioso para que a gente tenha um encontro virtual. Tudo depende de si, se não acontecer é porque o senhor não tem interesse", disse Mondlane em uma transmissão ao vivo em sua conta oficial no Facebook. Mondlane, que está fora do país por questões de segurança, não reconhece os resultados das eleições gerais de 9 de outubro, que indicaram a vitória de Nyusi. O candidato reiterou que a reunião só não ocorrerá se o presidente moçambicano se mostrar desinteressado. Ele também criticou os processos legais movidos contra ele, como mandados de captura e ações que exigem indenizações milionárias, e afirmou que Nyusi sabe como proceder para criar condições para o diálogo e um "roteiro de paz" em Moçambique. A situação política em Moçambique tem gerado crescente violência. De acordo com a Plataforma Eleitoral Decide, pelo menos 12 pessoas morreram e outras 34 ficaram feridas em manifestações contra os resultados eleitorais iniciadas na quarta-feira. As vítimas fatais foram registradas em diversas províncias, incluindo Nampula, Maputo e Cabo Delgado. Este número se soma aos 76 mortos e 240 feridos registrados em protestos de 21 de outubro a 1º de dezembro, conforme um relatório anterior da organização. Em resposta, Mondlane convocou uma nova fase de protestos que acontecerá de 4 a 11 de dezembro, com paralisações nos bairros e nas principais avenidas do país, intensificando a contestação aos resultados eleitorais. Ele ressaltou a importância da mobilização popular e disse que os protestos devem ser concentrados nos bairros, sem grandes deslocamentos. O anúncio da vitória de Daniel Chapo, candidato da Frelimo, partido no poder, com 70,67% dos votos, foi o estopim para os protestos, que desde então têm se intensificado, culminando em confrontos violentos com a polícia. Mondlane, que ficou em segundo lugar nas eleições com 20,32% dos votos, ainda aguarda a validação final dos resultados pelo Conselho Constitucional.
OMS está investigando um surto de uma doença de origem desconhecida que já causou 79 mortes na República Democrática do Congo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está investigando um surto de uma doença de origem desconhecida que já causou 79 mortes no oeste da República Democrática do Congo (RDC), na província de Kwango, próxima à fronteira com Angola. O porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, afirmou que a organização está colaborando com as autoridades locais para coletar informações sobre o surto e que uma equipe foi enviada à região para realizar testes laboratoriais. Desde o dia 24 de outubro, os casos da doença começaram a se multiplicar na província de Kwango, com sintomas que incluem febre, dor de cabeça, corrimento nasal, tosse, falta de ar e anemia. As autoridades locais estão acompanhando a evolução da situação. Além deste surto, a RDCongo também enfrenta uma epidemia de mpox (antiga varíola dos macacos), com mais de 47 mil casos suspeitos e cerca de mil mortes, o que levou a OMS a declarar a situação uma emergência internacional em agosto.
Estudo Chinês Revela o Papel Crucial dos Sulfetos de Ferro na Origem da Vida
Pesquisadores chineses realizaram um estudo pioneiro que sugere que os sulfetos de ferro desempenharam um papel essencial na origem da vida. A pesquisa, publicada recentemente, indica que esses compostos podem ter sido fundamentais na formação das primeiras moléculas orgânicas, um dos principais processos que levou ao surgimento da vida na Terra. O estudo, conduzido por cientistas da Universidade de Pequim, propõe que os sulfetos de ferro, presentes em abundância nas condições primordiais da Terra, poderiam ter fornecido a base química necessária para a evolução das primeiras reações bioquímicas. Esses compostos, segundo os cientistas, teriam ajudado a criar um ambiente propício para o desenvolvimento de moléculas complexas, como os aminoácidos, essenciais para a formação de proteínas. Além disso, a pesquisa sugere que o ferro e seus compostos poderiam ter servido como catalisadores naturais, acelerando as reações químicas que deram origem às primeiras formas de vida. O estudo traz novas perspectivas sobre como os elementos químicos fundamentais à vida podem ter interagido nas condições iniciais da Terra, fornecendo uma visão mais clara sobre o início da biogênese. Esse trabalho pode abrir novas portas para a compreensão dos mecanismos químicos envolvidos na origem da vida e ainda pode ter implicações em estudos sobre a possibilidade de vida em outros planetas, especialmente aqueles com condições ambientais semelhantes às da Terra primiti
Sítio Arqueológico de Melka Kunture, na Etiópia, é incluído na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) reconheceu o sítio arqueológico e paleontológico de Melka Kunture, localizado na Etiópia, incluindo-o em sua prestigiada Lista do Patrimônio Mundial. A informação foi divulgada pela Prensa Latina, em parceria com a TV BRICS. O reconhecimento foi formalizado com a entrega do documento por Lazare Eloudou Assomo, diretor do Centro de Patrimônio Mundial da UNESCO, à Mahlet Hailu, embaixadora da Etiópia em Paris, sede da organização. A proposta para incluir Melka Kunture na Lista foi feita por Adis Abeba durante a 46ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO, que ocorreu em julho de 2024, em Nova Délhi. O sítio está situado a 50 quilômetros da capital etíope, Adis Abeba, na região de Oromia, a uma altitude de 2.000 metros. Com uma área de 80 quilômetros quadrados no vale do rio Awash, Melka Kunture é composto por diversos sítios arqueológicos da Idade da Pedra. Descoberto em 1963, o local foi alvo de cerca de 20 escavações arqueológicas, que resultaram na descoberta de inúmeras ferramentas de pedra e restos humanos, incluindo fósseis de Homo erectus, Homo heidelbergensis e Homo sapiens arcaico. Entre as valiosas descobertas também estão pegadas de animais pré-históricos e as de uma criança, com cerca de um milhão de anos de idade.
Colonos israelenses cercam casas palestinas no Vale do Jordão, ameaçando deslocamento forçado
Colonos israelenses instalaram arames farpados ao redor das residências em Ein el-Hilweh, no norte do Vale do Jordão, como parte de uma estratégia de apreensão de terras. Segundo Mahdi Daraghmeh, chefe do conselho da aldeia de al-Maleh, cerca de 30 colonos colocaram cercas e placas nas proximidades das casas palestinas, em um movimento que visa expandir o controle israelense sobre a região. A ação coloca em risco o futuro de 12 famílias locais, que enfrentam a ameaça de deslocamento forçado devido aos frequentes ataques de colonos. Daraghmeh alertou sobre o risco de isolamento das comunidades palestinas no norte do Vale do Jordão, especialmente com a crescente cercagem de áreas, como a parte oeste da Rua 60, uma via colonial. Os residentes da região leste enfrentam uma série de desafios impostos pela ocupação, incluindo demolições de residências e currais de gado, bem como notificações de demolação e interrupção de construções. Desde outubro de 2023, as forças de ocupação israelenses, junto com os colonos, realizaram mais de 16 mil ataques, afetando severamente terras e propriedades palestinas.
Presidente Lula demarca terras indígenas na Paraíba e em Santa Catarina
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou, nesta quarta-feira (4/12), a homologação de três terras indígenas: Monte-Mor, na Paraíba; Morro dos Cavalos e Toldo Imbu, ambas em Santa Catarina. Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, Lula afirmou que quer ser lembrado como o presidente que mais avançou na demarcação de terras indígenas, reforçando seu compromisso de campanha de garantir a segurança desses territórios até o fim de 2024.
Protestos em massa abalam a Geórgia após suspensão de negociações com a União Europeia
Desde 28 de novembro, a Geórgia enfrenta uma onda de protestos de grande escala motivada pela decisão do governo de suspender as negociações de adesão à União Europeia até 2028. A capital, Tbilisi, tem sido palco de confrontos intensos entre manifestantes e forças policiais, especialmente na Avenida Rustaveli, onde barricadas foram erguidas e fogos de artifício utilizados contra agentes de segurança. O primeiro-ministro Irakli Kobakhidze, em defesa da decisão, afirmou que a Geórgia não permitirá que seja "ucranizada", uma referência à influência ocidental percebida na política local e na mobilização popular. Apesar disso, o partido governista Sonho Georgiano, que venceu as eleições parlamentares de outubro, enfrentou oposição interna e externa. A presidente Salome Zourabichvili, uma política pró-Ocidente com cidadania francesa, rejeitou a legitimidade do novo parlamento e afirmou que permanecerá no cargo, mesmo com eleições presidenciais previstas para dezembro. O governo, por sua vez, reiterou que o cronograma eleitoral será mantido. O episódio reflete uma disputa geopolítica mais ampla: enquanto o governo busca equilibrar parcerias com a Rússia e a China, mantendo a integração euro-atlântica como objetivo de longo prazo, a oposição exige alinhamento imediato com a União Europeia e a OTAN, desconsiderando possíveis tensões com Moscow. Reação internacional Embora a oposição georgiana tenha acusado o governo de fraude eleitoral e submissão à Rússia, observadores internacionais, incluindo a OSCE, consideraram o processo legítimo. A União Europeia e os Estados Unidos pediram investigações pontuais, mas não invalidaram os resultados. No entanto, a UE sinalizou possíveis sanções ao governo devido à repressão dos protestos. Já países como Azerbaijão, Armênia, Hungria, Turquia e China parabenizaram o Sonho Georgiano pela vitória, enquanto o Kremlin enfatizou a importância de evitar interferências externas nos assuntos do país. Oposição e resistência popular Os protestos, liderados por partidos e ONGs apoiados pelo Ocidente, exigem novas eleições sob supervisão internacional. No entanto, pela legislação georgiana, tal demanda é inviável sem que os resultados anteriores sejam anulados. Especialistas apontam que, mesmo com apoio externo, a oposição enfrenta dificuldades devido à falta de recursos e ao limitado apoio popular. A polarização entre as forças pró-Rússia e pró-Ocidente reflete uma sociedade dividida sobre o futuro do país. A Geórgia em uma encruzilhada geopolítica A decisão do governo de adiar as negociações com a UE até 2028, enquanto busca normalizar relações com a Rússia, coloca o país em um dilema estratégico. Apesar das promessas de retomar as negociações europeias em 2025, a posição do governo contrasta com as aspirações ocidentais da oposição, exacerbando tensões internas e externas. O desfecho dessa crise política terá implicações profundas, não apenas para a soberania e o futuro democrático da Geórgia, mas também para seu papel na disputa entre Rússia e Ocidente.
Funai celebra 57 anos de atuação em defesa dos direitos e da cultura dos povos originários
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) comemora nesta quinta-feira, 5 de dezembro, 57 anos de atuação em defesa dos direitos e da cultura dos povos originários. Criada em 1967, a instituição passou por profundas transformações ao longo de sua trajetória, deixando para trás o papel de tutela que marcou seus primeiros anos e consolidando-se como um órgão dedicado à promoção da autonomia e protagonismo dos povos indígenas. Hoje, a Funai é um pilar na execução da política indigenista brasileira, embora essa responsabilidade tenha se ampliado a outros órgãos com a Constituição Federal de 1988. A Carta Magna retirou o regime tutelar sobre os indígenas e distribuiu competências, como saúde e educação, entre diferentes ministérios e entes federativos. Transformação e desafios históricos A Funai foi criada para substituir o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), que, entre 1910 e 1967, enfrentou denúncias de genocídio e violações extremas contra os povos indígenas, documentadas no famoso “Relatório Figueiredo”. Inicialmente, a Funai herdou uma visão assimilacionista, buscando integrar os indígenas à sociedade não indígena. Essa abordagem começou a ser revista com a promulgação do Estatuto do Índio em 1973 e, posteriormente, com a Constituição de 1988, que reconheceu os povos indígenas como sujeitos de direitos plenos. Apesar de avanços, como a criação de um robusto acervo cultural no Museu do Índio e a inclusão de 36 lideranças indígenas nas coordenações regionais da Funai, desafios persistem. Entre eles estão o déficit de servidores, questões orçamentárias e os impactos da Lei 14.701/2023, que institui o Marco Temporal, restringindo a demarcação de terras indígenas com base na ocupação em 1988. Desde 2023, a gestão liderada por Joenia Wapichana, primeira mulher indígena a presidir a Funai, promove mudanças significativas. Foram retomados processos de demarcação de terras indígenas, após anos de paralisação, resultando na homologação de 13 territórios e na retomada de 149 estudos de identificação fundiária. Além disso, a instituição aderiu ao Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), com reserva de 30% das vagas para indígenas. Atualmente, os territórios indígenas abrangem mais de 105 milhões de hectares, representando 13% do território nacional. Esses espaços são fundamentais não apenas para a preservação cultural, mas também como aliados no combate às mudanças climáticas, devido à relação sustentável dos povos indígenas com seus territórios. Com o fortalecimento das políticas de demarcação, gestão participativa e valorização cultural, a Funai busca enfrentar os desafios impostos pela legislação recente e pelo déficit estrutural. A prioridade segue sendo garantir os direitos dos povos indígenas e reafirmar seu papel como protagonistas na defesa de seus territórios e modos de vida. Esta nova fase marca a Funai como uma instituição renovada, comprometida com a proteção ambiental, a justiça social e a valorização das diversidades culturais do Brasil.
Hamas culpa Netanyahu por mortes de prisioneiros israelenses em Gaza
O Movimento de Resistência Islâmica Palestina (HAMAS) responsabilizou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pelas mortes de prisioneiros israelenses na Faixa de Gaza, acusando-o de impedir iniciativas de cessar-fogo e intensificar o conflito. A declaração foi divulgada nesta quinta-feira (5), após o exército israelense admitir que um ataque militar realizado em fevereiro, na cidade de Khan Younis, pode ter contribuído para a execução de seis prisioneiros israelenses pelo grupo. Segundo o comunicado, o reconhecimento das forças israelenses confirma que a versão apresentada por HAMAS é verdadeira e expõe a narrativa oficial de Israel como equivocada. “Netanyahu é diretamente responsável pelas mortes devido à sua rejeição a esforços de trégua e à contínua aposta na força militar. Não há outra saída além de um cessar-fogo, a retirada das forças de ocupação e a implementação de um acordo de troca de prisioneiros”, afirmou o grupo. O Hamas destacou que as mortes evidenciam o fracasso da estratégia israelense de libertar prisioneiros pela força, enquanto acusa o governo de negligenciar alternativas pacíficas. O grupo defende que apenas a negociação poderá evitar mais tragédias e aliviar a situação dos cativos. Após 14 meses de guerra, Israel não conseguiu atingir os objetivos declarados de eliminar Hamas e resgatar os prisioneiros. Em contrapartida, os ataques causaram mais de 44.500 mortes de palestinos, em sua maioria mulheres e crianças, além de deixar mais de 105.500 feridos, segundo relatórios locais. O Hamas reiterou o apelo à comunidade internacional para intervir e impedir o que chamou de "limpeza étnica" em Gaza, pedindo o fim imediato das violações contra os palestinos e a responsabilização por crimes de guerra cometidos durante o conflito.
Protestos e tensões políticas na Geórgia
Nos últimos dias, a Geórgia tem sido palco de intensas manifestações populares contra o governo pró-Rússia, após o anúncio da suspensão das negociações de adesão à União Europeia até 2028. Milhares de manifestantes tomaram as ruas da capital, Tbilisi, resultando em confrontos com a polícia, que utilizou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar a multidão. Centenas de pessoas foram detidas, e há relatos de feridos entre manifestantes e policiais. O Kremlin expressou preocupação com a possibilidade de uma "revolução colorida" na Geórgia, semelhante à Revolução Laranja na Ucrânia em 2004. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que os eventos na Geórgia apresentam "todos os sinais" de uma tentativa de desestabilização inspirada em movimentos anteriores na região. As chamadas "revoluções coloridas" referem-se a movimentos populares que ocorreram em países pós-soviéticos no início dos anos 2000, caracterizados por protestos não violentos que resultaram em mudanças de governo. A Geórgia já vivenciou uma dessas revoluções, conhecida como Revolução das Rosas, em 2003, que levou à renúncia do então presidente Eduard Shevardnadze. Atualmente, a situação na Geórgia é tensa, com a comunidade internacional observando de perto os desdobramentos. A União Europeia expressou apoio ao povo georgiano e lamentou o afastamento do governo dos valores europeus. Enquanto isso, países bálticos, como Lituânia, Letônia e Estônia, impuseram sanções ao governo georgiano em resposta à repressão das manifestações. Diante desse cenário, permanece a incerteza sobre se os protestos atuais evoluirão para uma nova "revolução colorida" ou se o governo conseguirá manter o controle sem ceder às demandas populares.
STF autoriza transferência de tenente-coronel preso por envolvimento em plano de golpe de Estado para Brasília
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a transferência do tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, que está preso há duas semanas sob investigação por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado. A mesma medida já havia sido tomada na última segunda-feira para dois outros militares implicados no caso. Lima será transferido para o Comando Militar do Planalto, em Brasília, onde poderá receber visitas de sua família e advogados. A decisão foi motivada pelo fato de seus filhos residirem na capital federal. Juntamente com Lima, o STF também determinou a transferência de outros dois investigados, o general da reserva Mário Fernandes e o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, que foram presos durante a Operação Contragolpe. A operação investiga um possível plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro solicita autorização do STF para participar de missa de sétimo dia de Leila Caran, mãe de Valdemar Costa Neto
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (4), solicitando permissão para comparecer à missa de sétimo dia em memória de Leila Caran Costa, mãe de Valdemar Costa Neto, presidente do PL. A cerimônia está agendada para segunda-feira (9), às 18h, na Catedral de Mogi das Cruzes, em São Paulo. O pedido foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pela investigação sobre a suposta tentativa de golpe, na qual Bolsonaro e Valdemar foram indiciados pela Polícia Federal (PF). Ambos foram alvos da Operação Tempus Veritatis, realizada em fevereiro deste ano, e, desde então, estão proibidos de manter contato por decisão de Moraes. Na petição, os advogados de Bolsonaro destacaram a importância da missa como um momento de despedida e homenagem à falecida, solicitando, de forma excepcional, autorização para que o ex-presidente participe. A defesa garantiu que Bolsonaro cumprirá rigorosamente todas as restrições impostas pelo STF e não discutirá as investigações em andamento. Na terça-feira (3), o ministro Alexandre de Moraes já havia autorizado a presença de Bolsonaro no velório e enterro de Leila, permitindo que ele mantivesse contato com Valdemar durante as cerimônias, com a condição de que não tratassem do caso investigado. Moraes também esclareceu que não há restrições quanto à locomoção de Bolsonaro no país. Embora tenha obtido a autorização, Bolsonaro não compareceu ao velório, alegando dificuldades logísticas devido à falta de tempo para organizar o deslocamento. A Polícia Federal indiciou Bolsonaro, Valdemar e outras 35 pessoas pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e organização criminosa, após investigações sobre um possível plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no final de 2022. As conclusões da PF foram encaminhadas à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre o prosseguimento do caso.
Cyril Ramaphosa, anunciou que a presidência de seu país no G20 focará no avanço do crescimento econômico inclusivo, segurança alimentar e inteligência artificial
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou que a presidência de seu país no G20 focará no avanço do crescimento econômico inclusivo, segurança alimentar e inteligência artificial. Ramaphosa fez a declaração durante uma cúpula do G20 no Brasil, onde a África do Sul assume a presidência, sucedendo o Brasil. Em seu discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos líderes do G20 que acelerassem suas metas climáticas, solicitando que as nações atinjam as emissões líquidas zero cinco a dez anos antes do prazo previsto. Ramaphosa destacou que, como presidente do G20, a África do Sul se comprometerá a impulsionar o crescimento econômico global e o desenvolvimento sustentável, com ênfase na inclusão. "Trabalharemos para garantir que ninguém seja deixado para trás", afirmou. A presidência da África do Sul marcará um marco histórico, sendo a primeira vez que um país africano assume a liderança do G20. Ramaphosa aproveitou a ocasião para reforçar a importância de trazer as prioridades de desenvolvimento da África e do Sul Global para a agenda do G20.
Índia superou meta de alfabetização digital, com 63,9 milhões de pessoas em áreas rurais
A Índia superou sua meta de alfabetização digital, com 63,9 milhões de pessoas em áreas rurais completando o treinamento no âmbito do programa Pradhan Mantri Gramin Digital Saksharta Abhiyan (PMGDISHA), uma iniciativa do governo. A meta inicial era capacitar 60 milhões de pessoas, e o programa foi oficialmente concluído em 31 de março de 2024. Jitin Prasada, Ministro de Estado da Eletrônica e Tecnologia da Informação da Índia, anunciou os números e destacou a expansão dos centros de treinamento em Tecnologia da Informação (TI) por todo o país, incluindo distritos como Bhiwani e Mahendergarh, em Haryana. Além do PMGDISHA, o governo lançou outras iniciativas, como o Programa de Promoção de BPOs na Índia e o Programa de Promoção de BPOs no Nordeste (NEBPS), que visam gerar empregos em TI em pequenas cidades. Esses programas oferecem incentivos financeiros e priorizam empreendedores locais, mulheres e pessoas com deficiência. Com esse avanço, a Índia se consolida como líder global em habilidades de TI. O governo agora foca em treinamentos avançados para preparar a força de trabalho para as novas demandas do cenário digital.
Chuvas intensas em Angola causam mortes, desaparecimentos e danos materiaisN
Nas últimas 24 horas, fortes chuvas em Angola resultaram em tragédia, com cinco mortos, três desaparecidos e seis feridos, afetando as províncias de Luanda, Bié, Huambo e Cuanza Norte, de acordo com o Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros. No Bié, quatro membros de uma mesma família perderam a vida após serem atingidos por uma descarga elétrica, enquanto a quinta vítima fatal foi registrada no Cuanza Norte. As chuvas também provocaram o desaparecimento de duas crianças, de 4 e 7 anos, no Cuanza Norte, que foram arrastadas pela força das águas. Em Luanda, um homem também desapareceu enquanto tentava ajudar outras pessoas a atravessar uma vala de drenagem. Além das vítimas, os temporais causaram inundações, desabamentos de casas e destruição de infraestruturas, com árvores caindo e várias vias de transporte, incluindo as principais, tornando-se intransitáveis. Em Huambo, o desabamento de uma casa deixou várias pessoas feridas. Em Luanda, chuvas intensas acompanhadas de ventos fortes e trovoadas afetaram a capital, causando danos em habitações, redes de energia e infraestrutura pública, incluindo ruas alagadas e o deslizamento de terras. Cerca de 576 pessoas foram afetadas pelas inundações e uma centena de casas foram danificadas.
Protestos antigoverno continuam na Geórgia, e membros da oposição são detidos durante operações policiais
Pela sexta noite consecutiva, manifestações contra o governo dominaram as ruas de Tbilíssi, na Geórgia, com a polícia utilizando canhões de água e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que seguem resistindo. O clima de tensão aumentou após a detenção de dois líderes da oposição e buscas em escritórios de partidos opositores e residências de ativistas. O partido da oposição Coligação para a Mudança divulgou um vídeo em sua conta na rede social X, mostrando um de seus líderes, Nika Gvaramia, sendo levado por policiais. Outro membro do partido, Gela Khasaia, também foi preso, segundo o site Civil Georgia. Além disso, a polícia realizou buscas em locais ligados a outros grupos opositores, incluindo o partido Movimento Nacional Unido, resultando na detenção de diversos membros dessa agremiação. No entanto, as acusações ainda não foram esclarecidas. As manifestações se espalharam não apenas por Tbilíssi, mas também por outras cidades georgianas, como Batumi, Kutaisi e Zugdidi. As buscas e detenções ocorreram após o governo alegar que alguns dos manifestantes incitaram violência nos protestos, que, segundo o primeiro-ministro Irakli Kobakhidze, visam desestabilizar o governo. Kobakhidze minimizou a ação policial, classificando-a mais como uma medida preventiva do que repressiva. Desde o início dos protestos na última quinta-feira, mais de 300 pessoas foram detidas, com relatos de abusos durante a detenção, incluindo agressões físicas. A oposição exige novas eleições, alegando que o pleito de 26 de outubro foi manipulado com apoio da Rússia, visando manter o país alinhado com Moscow. Observadores europeus destacaram irregularidades no processo eleitoral, como subornos e violência, levando a União Europeia e aos Estados Unidos a pedir investigações sobre as denúncias. Em resposta às ações policiais, a presidente da Geórgia, Salome Zourabichvili, criticou as buscas e convocou uma reunião com o chefe do Serviço Especial de Investigação, Koka Katsitadze, instituição responsável por investigar abusos cometidos pelas forças de segurança.
Cuba terá nova frota de táxis fabricados em parceria com a Rússia
O Governo de Moscou e o Ministério dos Transportes de Cuba assinaram um memorando para desenvolver um parque de táxis em Cuba, utilizando veículos fabricados na capital russa. O acordo prevê o envio inicial de 50 carros, além da adaptação de sistemas multimídia para o espanhol. Durante a cerimônia, Maksim Liksutov, vice-prefeito de Moscou, destacou a experiência russa no setor de transportes e convidou autoridades cubanas para treinamento especializado. Também foi discutida a inclusão de Havana na plataforma UrbanTransportData, que promove o intercâmbio de informações sobre sistemas de transporte entre cidades internacionais.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
700 novas espécies de plantas e animais foram descobertas na Bacia do Congo
Mais de 700 novas espécies de plantas e animais foram descobertas na Bacia do Congo, localizada na África conforme um relatório divulgado pela World Wide Fund for Nature (WWF). A pesquisa destaca a significativa biodiversidade da região e reforça a necessidade de esforços conjuntos para a conservação e proteção desse ecossistema frágil. A Bacia do Congo, que cobre seis países, foi identificada como um dos locais mais subexplorados do planeta, e a WWF alerta para a urgência de sua proteção. "A Bacia do Congo continua sendo um dos lugares menos pesquisados, e precisamos agir com mais determinação para garantir sua preservação", afirmou Allard Blom, vice-presidente do WWF para florestas africanas. O relatório, intitulado New Life in the Congo Basin: A Decade of Species Discoveries (2013–2023), documenta a descoberta de 742 novas espécies, incluindo plantas, invertebrados, peixes, anfíbios, répteis, pássaros e mamíferos. Entre as espécies encontradas estão um novo tipo de café, sapos com garras, crocodilos, peixes-elétricos, corujas e tartarugas, entre outros animais. Além de sua diversidade biológica, a Bacia do Congo é crucial para o equilíbrio climático global, sendo o maior sumidouro de carbono do mundo, superando até mesmo a Amazônia na absorção de gases de efeito estufa. O relatório também destaca o papel vital das comunidades indígenas na proteção da biodiversidade local, ressaltando a importância de respeitar seus direitos e práticas tradicionais. "É fundamental que as vozes e os direitos dos povos indígenas sejam reconhecidos como responsáveis pela gestão dessa terra", afirmou Moise Kono, coordenador de povos indígenas do WWF-Camarões.
Fórum Criativo e Cultural BRICS+ 2024 Promoverá o Fortalecimento da Influência Global Através da Diplomacia Cultural
A Associação Juvenil BRICS da África do Sul (SABYA) anunciou o Fórum Criativo e Cultural BRICS+ 2024, que ocorrerá no dia 7 de dezembro, em formato on-line. O evento contará com a parceria internacional de mídia da TV BRICS e reunirá especialistas e participantes de diversas regiões. Com o tema "Como os BRICS+ podem aproveitar a diplomacia cultural para fortalecer a influência global?", o fórum abordará estratégias para construir uma economia criativa global, sustentável, inclusiva e inovadora. Entre os tópicos discutidos estarão as oportunidades econômicas para empreendedores culturais, práticas sustentáveis nas artes e o papel crescente da diplomacia cultural na ampliação da influência global. Evguenia Tolstoguzova, chefe do Departamento de Ásia Oriental e África da TV BRICS, participará da sessão plenária, contribuindo para as discussões sobre o papel vital das indústrias criativas e culturais nas relações internacionais. Os organizadores destacam que o fórum visa se tornar uma plataforma de diálogo para fortalecer os laços entre os países do BRICS+ e promover o papel da juventude nas dinâmicas globais. O evento incluirá também uma celebração cultural virtual, com apresentações de música, dança e artes visuais, representando o patrimônio e as tradições das nações participantes. Fundada em 2018 e registrada no Departamento de Desenvolvimento Social da África do Sul, a SABYA é uma organização sem fins lucrativos dedicada a capacitar os jovens nos países do BRICS+.
Estudo Chinês Revela o Papel Crucial dos Sulfetos de Ferro na Origem da Vida
Pesquisadores chineses realizaram um estudo pioneiro que sugere que os sulfetos de ferro desempenharam um papel essencial na origem da vida. A pesquisa, publicada recentemente, indica que esses compostos podem ter sido fundamentais na formação das primeiras moléculas orgânicas, um dos principais processos que levou ao surgimento da vida na Terra. O estudo, conduzido por cientistas da Universidade de Pequim, propõe que os sulfetos de ferro, presentes em abundância nas condições primordiais da Terra, poderiam ter fornecido a base química necessária para a evolução das primeiras reações bioquímicas. Esses compostos, segundo os cientistas, teriam ajudado a criar um ambiente propício para o desenvolvimento de moléculas complexas, como os aminoácidos, essenciais para a formação de proteínas. Além disso, a pesquisa sugere que o ferro e seus compostos poderiam ter servido como catalisadores naturais, acelerando as reações químicas que deram origem às primeiras formas de vida. O estudo traz novas perspectivas sobre como os elementos químicos fundamentais à vida podem ter interagido nas condições iniciais da Terra, fornecendo uma visão mais clara sobre o início da biogênese. Esse trabalho pode abrir novas portas para a compreensão dos mecanismos químicos envolvidos na origem da vida e ainda pode ter implicações em estudos sobre a possibilidade de vida em outros planetas, especialmente aqueles com condições ambientais semelhantes às da Terra primiti
NÓIS
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