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Crianças compõem quase metade dos membros de gangues armadas no Haiti

O número de crianças capturadas e alistadas por grupos armados no Haiti aumentou 70% em um ano, representando atualmente quase metade dos integrantes dessas gangues que assolam o país. O alerta foi divulgado pela Unicef neste domingo (24), destacando o agravamento da crise de proteção infantil no país caribenho, devastado pela violência e instabilidade.


Segundo a Unicef, "o aumento sem precedentes, registrado entre os segundos trimestres de 2023 e 2024, aponta para uma intensificação da vulnerabilidade das crianças." A entidade ressaltou que cerca de 50% dos membros de grupos armados no Haiti são menores de idade, situação impulsionada por fatores como a pobreza extrema, falta de acesso à educação e o colapso dos serviços essenciais.


Catherine Russell, diretora-geral da Unicef, destacou o impacto devastador desse fenômeno: "As crianças no Haiti estão presas em um ciclo vicioso, sendo recrutadas pelos mesmos grupos que perpetuam o desespero em que vivem."


Desde fevereiro, o Haiti enfrenta uma escalada de violência marcada por homicídios, sequestros e ataques sexuais em larga escala, com gangues controlando cerca de 80% da capital, Porto Príncipe. Apesar da implantação de uma força internacional liderada pelo Quênia com apoio da ONU, a situação permanece crítica.


Entre os líderes desses grupos está Jimmy Chérisier, conhecido como "Barbecue", ex-policial que criou uma coalizão armada para derrubar o governo. Após semanas de conflitos, Garry Conille foi deposto pelo conselho de transição presidencial, que nomeou Alix Didier Fils-Aimé como novo primeiro-ministro em abril deste ano.


A agência das Nações Unidas pede ações urgentes para proteger os menores e inverter essa tendência alarmante. "É essencial garantir que a segurança e o bem-estar das crianças sejam uma prioridade para todos os envolvidos," destacou o comunicado.


A Unicef reafirmou a necessidade de iniciativas globais e locais para interromper o recrutamento de crianças, restaurar o acesso à educação e serviços básicos, e oferecer suporte às comunidades afetadas pela violência no Haiti.

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