top of page

Crise no Sudão do Sul se agrava com aumento da fome, violência, exploração sexual e tráfico humano

A escalada da violência no Sudão e o impacto da instabilidade contínua no Sudão do Sul estão gerando uma das piores crises alimentares já registradas no país desde sua independência em 2011, alertou o Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas nesta semana.


Até 65% das mulheres entrevistadas afirmam ter sofrido violência sexual ou física.
Até 65% das mulheres entrevistadas afirmam ter sofrido violência sexual ou física.

Cerca de 1,1 milhão de pessoas foram forçadas a deixar suas casas e buscar abrigo em comunidades já vulneráveis, elevando drasticamente a pressão sobre os limitados recursos disponíveis. Entre os mais afetados estão os sudaneses que retornaram fugindo da guerra, agora representando quase metade dos que enfrentam níveis extremos de insegurança alimentar.


Com a aproximação do período de escassez anterior à colheita, a previsão é de que a situação piore ainda mais. O PMA lançou um apelo urgente à comunidade internacional por maior apoio financeiro, a fim de evitar uma catástrofe ainda maior.


“Estamos diante de um dos piores quadros de insegurança alimentar já vistos desde a independência do país”, afirmou Mary-Ellen McGroarty, diretora do PMA no Sudão do Sul, em coletiva à imprensa realizada por videoconferência. “Milhares de pessoas fugiram apenas com a roupa do corpo, deixando para trás seus meios de sustento e rotinas sazonais de sobrevivência.”


Além da fome, o país enfrenta um surto de cólera no estado do Alto Nilo. Em resposta, o PMA já transportou 35 toneladas de ajuda emergencial para as áreas mais atingidas e aguarda condições seguras para continuar os envios. A meta é alcançar mais de 450 mil pessoas em situação crítica, incluindo aquelas classificadas nos níveis 4 e 5 da Escala de Classificação Integrada de Fases da Segurança Alimentar (IPC), que indicam emergência e fome extrema, respectivamente.

Contudo, os combates em curso têm impedido a entrega de alimentos em ao menos seis condados, paralisando temporariamente os esforços humanitários.


“Temos os suprimentos prontos para distribuição, mas o conflito ativo dificulta o acesso às regiões mais necessitadas”, ressaltou McGroarty.

Mulheres em risco extremo

A crise tem afetado de forma desproporcional mulheres e meninas, muitas das quais já foram forçadas a se deslocar várias vezes. Além da fome, enfrentam riscos agravados de violência, exploração sexual e tráfico humano, especialmente quando percorrem longas distâncias em busca de comida, água e abrigo.


Organizações como o UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) têm oferecido espaços seguros que fornecem proteção, orientação psicológica, capacitação e apoio à prevenção da violência de gênero. No entanto, a escassez de recursos ameaça a continuidade dessas iniciativas: dois desses centros devem fechar até maio por falta de financiamento, deixando milhares sem assistência.


“Cada dólar investido faz a diferença. Cada vida salva é um passo rumo à estabilidade e à paz”, declarou a diretora executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem.

A agência busca urgentemente US$ 8,8 milhões para manter os serviços essenciais, mas até agora arrecadou apenas uma pequena parcela desse valor.

LEIA ON-LINE GRATUITAMENTE OU ADQUIRA UMA DAS VERSÕES DA EDITORA CLANDESTINO.

Todos os arquivos estão disponíveis gratuitamente, porém, ao adquirir um de nossos arquivos, você contribui para a expansão de nosso trabalho clandestino.

ÚLTIMAS POSTAGENS

bottom of page