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29 de novembro, dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. Façamos de Gaza a nossa Maestra!

  • Foto do escritor: Siqka
    Siqka
  • 29 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

Como de costume, acordei, peguei o celular e conferi as mensagens no WhatsApp. Algumas delas eram sobre o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestina, por ocasião, lembrado todos os anos na data de 29 de novembro. O calendário do celular também me lembrava da data. Desde 2019, quando comecei a me envolver com a causa palestina, salvei no calendário todas as datas importantes relacionadas à ocupação e aos eventos históricos para escrever sobre o tema.


Há cinco anos, em abril, relembro o massacre de Deir Yassin; em maio, escrevo sobre a Nakba. O ano segue com memórias de Sabra e Chatila, as incontáveis resoluções da ONU que Israel nunca cumpriu, o Setembro Negro, o assassinato de Yasser Arafat e a Declaração Balfour. Quando novembro chega, a pauta se volta novamente para a Palestina, com o dia dedicado à solidariedade.


Ao revisitar todas essas lembranças, fico reflexivo: há décadas falamos sobre os mesmos problemas, enfrentando as mesmas injustiças de um mundo caótico. Lembro-me de ouvir o Padre Júlio Lancellotti dizer que precisamos nos acostumar a perder, porque a luta por justiça social é uma batalha constante de derrotas, com vitórias raras e preciosas. E é exatamente assim que me sinto.


Desde jovem, denuncio o bloqueio a Cuba, o racismo, a negligência do Estado nas periferias e, mais recentemente, a opressão na Palestina. Quantas dessas batalhas vencemos desde então? Nenhuma. O mundo segue inalterado, as lutas continuam, e as derrotas parecem se acumular. Ainda assim, ao ver os textos escritos hoje sobre a causa palestina, decidi abordar de maneira diferente: escrevo para aqueles que, como eu, acordam todos os dias para lutar, sabendo que podem perder mais uma vez.


Não posso oferecer ilusões ou falsas esperanças. Sei que todos estamos exaustos de repetir as mesmas denúncias, relatar os mesmos crimes e gritar por justiça em um mundo que insiste em ignorar. Mas seguimos porque sabemos que abandonar a luta seria um ato de injustiça para aqueles que resistem de Darfur a Gaza, de Porto Príncipe a Havana, do campo às periferias.


Minha mensagem é para vocês, que enfrentam cada dia como um campo de batalha, mesmo diante de derrotas iminentes. Lembrem-se: nenhuma vitória histórica foi imediata. Gostaria de lembrar a todos que não foi do dia para a noite que anarquistas e comunistas espetaram a cabeça de Mussolini em uma estaca em Roma; não foi do dia para a noite que a URSS tomou Berlim, fazendo Hitler e sua corja se borrarem de medo a ponto de colocar a pistola na boca e puxar o gatilho; a luta contra a escravidão demorou séculos; Gandhi se tornou idoso enquanto lutava pela libertação indiana; Mandela passou 27 anos atrás das grades; Fidel passou dois anos preso, mais uns tantos se preparando e outros embrenhado na Sierra Maestra até o dia em que desceu e marchou em direção a Havana, esmagando sob suas botas todo o sistema imperialista da “maior potência” mundial.


Nada no mundo é eterno, nem mesmo os sistemas de opressão, mas também, nenhuma vitória se conquista do dia para noite. Assim como o colonialismo e o apartheid cravaram suas garras na Palestina, nós, junto ao povo palestino, resistimos há décadas. E estamos cada vez mais perto de arrancar essas garras. A luta não é sobre vitórias imediatas, mas sobre resistência, no qual nosso único verbo é "lutar".


Hoje, façamos do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino a nossa tomada de folego no front, pois, ainda temos muitas lutas para travar. Não desanime. Um dia, assim como marchamos com Gandhi, Nehru e Jinnah por Nova Deli, assim como marchamos com Mandela, Winnie e Desmond Tutu por Joanesburgo, assim como marchamos com Fidel, Che, Aleida, Raul e Camilo por Havana, marcharemos junto com os palestinos por Al-Quds, pois, para a justiça, só há um final: vencer!




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