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Mulheres e meninas no Sudão enfrentam impactos desproporcionais em meio ao conflito, alerta ONU

O conflito entre forças militares rivais no Sudão está afetando desproporcionalmente mulheres e meninas, com 5,8 milhões delas agora deslocadas, segundo um alerta divulgado pela ONU Mulheres na última sexta-feira.


Desde o início da crise em abril de 2023, a demanda por serviços relacionados à violência de gênero aumentou em 100%, com até 6,7 milhões de pessoas necessitando de assistência até o final do ano passado. Casos de violência sexual relacionada ao conflito, exploração sexual e abuso têm crescido, especialmente em áreas como Cartum, Darfur e Cordofão.


Muitas das agressões contra mulheres e meninas deslocadas permanecem não denunciadas devido ao medo de estigmatização por parte da comunidade e à falta de apoio adequado.



Insegurança alimentar e falta de cuidados de saúde


Com a insegurança alimentar aguda e os abusos atingindo níveis recordes no Sudão devastado pela guerra, lares chefiados por mulheres estão sendo mais afetados do que os chefiados por homens. Além disso, 1,63 milhão de mulheres em idade reprodutiva carecem de acesso a serviços de saúde adequados, mesmo com 54.000 nascimentos esperados nos próximos três meses.


O alerta ressaltou ainda que "mulheres e meninas continuam sendo desproporcionalmente impactadas pela falta de água segura, acessível e com condições sanitárias adequadas". Pelo menos 80% das mulheres deslocadas internamente não conseguem garantir água potável devido a questões de segurança, custos e distância.



Crise educacional


O acesso à educação para meninas no Sudão também é uma preocupação crítica, com mais de 2,5 milhões de meninas em idade escolar impedidas de retornar às aulas. Isso aumenta o risco de práticas prejudiciais como o casamento infantil e a mutilação genital feminina.


“Mulheres e meninas no Sudão estão enfrentando desafios inimagináveis, mas sua força e resiliência continuam a nos inspirar”, disse Hodan Addou, diretora regional interina do escritório da ONU Mulheres para o Leste e Sul da África. “Não podemos permitir que o Sudão se torne uma crise esquecida.”



Chamado à ação


A ONU Mulheres destacou a necessidade urgente de ações para proteger mulheres e meninas no Sudão, assegurando-lhes acesso a alimentos, água potável e serviços de saúde sexual e reprodutiva. O órgão também instou a comunidade internacional e parceiros humanitários a apoiarem o financiamento de organizações lideradas por mulheres que priorizam a proteção e o empoderamento das mulheres e meninas.


"Agora, mais do que nunca, a comunidade internacional deve se unir para apoiar as mulheres no Sudão, garantindo-lhes os recursos e a proteção necessários para sobreviver e reconstruir suas vidas", acrescentou Hodan Addou.


A ONU Mulheres também exige a cessação imediata dos combates, embora todas as tentativas internacionais de implementar um cessar-fogo entre a milícia RSF e as forças do governo tenham falhado até o momento.

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