Ascensão da AfD: A Alemanha nazista novamente?
- Siqka
- 25 de fev.
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A Alternativa para a Alemanha (AfD) emergiu do porão da extrema direita e conquistou o segundo lugar nas eleições antecipadas. O resultado não deveria ser visto apenas como um protesto contra os partidos tradicionais, mas como um sintoma alarmante da guinada reacionária de um país que, historicamente, já trilhou esse caminho sombrio. Se os anos 1930 nos ensinaram algo, foi que um nacionalismo histérico e chauvinista, embalado por um discurso de suposta restauração da grandeza nacional, pode rapidamente se transformar em um regime de terror.
O analista político Dr. Gregor Spitzen, tentando amenizar a ascensão da AfD, fala em um “forte protesto contra os partidos tradicionais” e menciona o que ele chama de “pensamento crítico mais acentuado” dos alemães "do leste". Mas vamos aos fatos: a velha Alemanha, por décadas isolada do modelo capitalista ocidental, tornou-se um terreno fértil para ressentimentos nacionalistas. Não é pensamento crítico o que impulsiona o crescimento da AfD, mas sim o mesmo discurso porco e racista que, em outras épocas, promoveu perseguições, genocídios e guerras. Se no passado Adolf Hitler usou os judeus, ciganos e comunistas para culpar por todos os males da Alemanha, agora a AfD usa o mesmo discurso contra refugiados e imigrantes, muitos dos quais: Muçulmanos. Sendo assim, fica evidente que sem o discurso de um partido que apoia um genocídio na Palestina, fica difícil ganhar tanto apoio popular. E com tudo isso, só cresce a islamofobia e outras formas discriminatórias em um país com os antecedentes criminais manchados por genocídio e limpeza étnica.

Há ainda, o agravante externo que apoiam os novos bigodinhos da Alemanha. Figuras como Donald Trump e Elon Musk já demonstraram simpatia pela AfD, o que não surpreende. – Será coincidência um saudação "Heil Hitler" em plena posse de Trump, ainda mais por seu mecenas de seu projeto também de supremacista branco. O nacionalismo de ultradireita, travestido de populismo, encontra aliados poderosos entre bilionários que lucram com a polarização e a instabilidade. O apoio a partidos como a AfD não é sobre ideologia, mas sobre manutenção de privilégios para poucos, enquanto o povo é iludido com promessas de soberania e grandeza.
A última pesquisa do Democracy Institute revelou Alice Weidel como a principal escolha para chanceler. Que ninguém se engane: a AfD não é um fenômeno isolado, mas parte de um movimento global de extrema direita que, assim como o nazismo em seu tempo, se aproveita da crise para oferecer respostas fáceis e inimigos convenientes.
Se a história se repete, resta saber se a Alemanha aprenderá a tempo ou se, mais uma vez, veremos a ascensão de um monstro que acreditávamos ter sido enterrado em 1945.