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China impõe sanções a empresas e executivos dos EUA após vendas de armas a Taiwan

Pequim anunciou sanções contra mais de uma dúzia de empresas militares e altos executivos dos Estados Unidos, em resposta à aprovação recente de vendas de armamentos de Washington para Taiwan. A medida foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores da China nesta quinta-feira (5).



Na semana anterior, o Departamento de Estado dos EUA havia autorizado a venda de equipamentos militares adicionais para a ilha, totalizando US$ 385 milhões. Esse montante soma-se a pacotes previamente aprovados em 2023, incluindo US$ 2 bilhões em outubro e outros US$ 567 milhões em setembro.


Segundo o porta-voz do Ministério, Lin Jian, os acordos "violam seriamente" o princípio de Uma Só China, além de "interferirem nos assuntos internos da China e prejudicarem sua soberania e integridade territorial". Pequim considera Taiwan parte integrante da República Popular da China e denuncia que os EUA, embora oficialmente reconheçam essa política, mantêm relações militares com o governo em Taipei.


Sanções aplicadas e advertências de Pequim

A partir desta quinta-feira, ativos de 13 empresas de defesa norte-americanas serão congelados na China, e essas corporações estarão proibidas de realizar negócios ou colaborações com entidades e indivíduos chineses. Seis altos executivos dessas empresas terão vistos revogados e entrada no país negada.


O governo chinês instou os EUA a cessarem imediatamente as vendas de armas a Taiwan e a interromperem o apoio às forças que buscam a independência da ilha.


Contexto e tensões crescentes

Taiwan é governada de forma autônoma desde 1949, quando nacionalistas derrotados na Guerra Civil Chinesa se estabeleceram na ilha. Apesar disso, apenas um pequeno número de países reconhece sua soberania, com a maioria, incluindo os EUA, aceitando a posição de Pequim de que Taiwan faz parte da República Popular da China.


Nos últimos meses, as tensões escalaram com exercícios militares chineses em torno da ilha e declarações do governo de Taipei sobre a possibilidade de uso da força por Pequim.


A China argumenta que o apoio militar dos EUA a Taiwan contraria os compromissos assumidos no Comunicado de 17 de agosto de 1982, no qual Washington prometeu reduzir gradualmente a venda de armas para a ilha.


Em novembro, o presidente chinês Xi Jinping destacou que a questão de Taiwan é uma "linha vermelha" nas relações entre Pequim e Washington, alertando que a postura dos EUA pode comprometer a estabilidade entre as duas potências.

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