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China responde ameaça de Trump ao BRICS

A China anunciou que continuará a fortalecer a cooperação com os países do BRICS, mesmo diante das ameaças do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 100% sobre produtos dos membros do bloco. A declaração foi feita nesta terça-feira pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian.


Trump recentemente alertou que o BRICS enfrentará sanções comerciais severas caso avance na criação ou no apoio a uma moeda rival ao dólar. O bloco, formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi ampliado em janeiro de 2024 para incluir Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. Outras 30 nações também manifestaram interesse em integrar o grupo.


Durante o briefing, Lin Jian reforçou o papel do BRICS como uma plataforma para cooperação entre economias emergentes, com foco no desenvolvimento compartilhado, sem adotar posturas de confronto.


"A China está pronta para continuar trabalhando com os parceiros do BRICS para aprofundar a cooperação prática em diversos campos e contribuir para um crescimento econômico global sustentado e estável", afirmou o diplomata.

Em sua plataforma Truth Social, Trump declarou no sábado que exigirá que os países do BRICS renunciem à ideia de criar uma nova moeda comum ou apoiar iniciativas que desafiem a supremacia do dólar. Caso contrário, enfrentarão tarifas pesadas sobre suas exportações para os Estados Unidos.


As ameaças de Trump refletem sua estratégia de usar barreiras comerciais como ferramenta para corrigir déficits, trazer indústrias de volta ao território americano e avançar em objetivos geopolíticos.


A ideia de uma moeda comum já havia sido mencionada por líderes do bloco. Em 2022, o presidente russo Vladimir Putin revelou que os membros do BRICS estavam estudando a criação de uma moeda de reserva internacional, especialmente após as sanções impostas pelo Ocidente em função da guerra na Ucrânia. No entanto, no último mês, Putin afirmou que o tema ainda está distante de uma concretização, dada a necessidade de maior integração econômica entre os membros.



O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também se posicionou favoravelmente à criação de uma "moeda comercial" dentro do bloco, semelhante ao euro. Apesar disso, a África do Sul negou no último domingo que o BRICS esteja desenvolvendo uma moeda comum, em resposta às declarações de Trump.


O foco do grupo tem sido o fortalecimento de alternativas ao sistema financeiro ocidental. Entre as iniciativas está a criação de um sistema de pagamentos transfronteiriços e a ampliação do uso de moedas locais no comércio internacional. A resposta do Kremlin às ameaças de Trump destacou que o BRICS segue comprometido com estratégias de cooperação que promovam autonomia econômica frente às pressões externas.

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