Dois jornalistas queimados vivos e vários outros feridos em bombardeio israelense à tenda de imprensa em Khan Yunis

Dois jornalistas foram mortos e vários outros ficaram feridos nesta segunda-feira após um bombardeio israelense atingir uma tenda usada por profissionais da imprensa próxima ao Complexo Médico Al-Nasser, na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

Segundo relatos locais, a tenda estava sendo usada por jornalistas para cobrir os desdobramentos da ofensiva militar na região. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram imagens perturbadoras do momento do ataque, incluindo registros de um jornalista sendo atingido pelas chamas logo após a explosão.

Ahmed Mansour

A mídia local informou que forças israelenses também bombardearam os bairros de Al-Zaytun e Al-Shuyaiya, na Cidade de Gaza. Os ataques foram realizados por artilharia terrestre e drones, atingindo áreas residenciais densamente povoadas.

Outras regiões da Faixa de Gaza também foram alvos de bombardeios nas últimas horas, incluindo a cidade de Rafah, no extremo sul, e o campo de refugiados de Al-Bureij, na região central. Fontes palestinas afirmam que os ataques têm resultado em novas vítimas civis e ampliado a destruição em áreas já severamente afetadas pelo conflito.

Desde o início da ofensiva militar de Israel em 7 de outubro de 2023, mais de 50 mil pessoas já morreram, segundo autoridades palestinas, com a maioria das vítimas sendo mulheres e crianças. Dentre os mortos, ao menos 254 eram jornalistas ou profissionais da mídia que atuavam na cobertura do conflito.

A campanha militar israelense tem sido duramente criticada por organizações internacionais de direitos humanos, que apontam para o risco de crimes de guerra e uma possível campanha sistemática de limpeza étnica contra a população palestina da Faixa de Gaza. O governo de Israel, com apoio dos Estados Unidos, afirma estar combatendo alvos ligados ao grupo Hamas, mas os ataques têm resultado em um número crescente de baixas civis.