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Falta de recursos pode fechar até 80% dos serviços de saúde mantidos pela ONU no Afeganistão

O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade a resolução 2777 (2025), reafirmando a importância da presença da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA) e de outras agências da ONU no país. O órgão destacou o compromisso de longo prazo com o povo afegão e expressou apoio à atuação do Representante Especial do Secretário-Geral na região.


Os membros do Conselho manifestaram preocupação com a permanência de grupos "terroristas" no Afeganistão e ressaltaram a necessidade de intensificar o combate ao tráfico de drogas e substâncias utilizadas na produção de entorpecentes. Também foi enfatizada a importância da redução de riscos de desastres naturais, considerando o impacto dessas ocorrências na já frágil situação humanitária e socioeconômica do país.



© OMS Oitenta por cento das instalações apoiadas pela OMS no Afeganistão correm o risco de fechar até junho.
© OMS Oitenta por cento das instalações apoiadas pela OMS no Afeganistão correm o risco de fechar até junho.


Crise de financiamento ameaça serviços de saúde no Afeganistão

Paralelamente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a falta de recursos pode levar ao fechamento de até 80% dos serviços de saúde mantidos pela agência no Afeganistão. Em março, 167 unidades de saúde em 25 províncias já tiveram que encerrar as atividades por falta de financiamento, e outras 220 podem fechar até junho, afetando milhões de pessoas, incluindo mulheres, crianças e populações deslocadas.


O representante da OMS no Afeganistão, Edwin Ceniza Salvador, destacou a gravidade da situação. "Esses fechamentos não são apenas números. Eles representam mães sem assistência para o parto, crianças sem vacinas essenciais e comunidades vulneráveis a surtos de doenças fatais", afirmou, alertando que as consequências serão "medidas em vidas perdidas".


Mesmo antes da crise financeira, o país enfrentava múltiplas emergências sanitárias, incluindo surtos de sarampo, malária, dengue, poliomielite e febre hemorrágica da Crimeia-Congo. Entre janeiro e fevereiro de 2025, foram registrados mais de 16 mil casos suspeitos de sarampo e 111 mortes, sendo as crianças o grupo mais vulnerável devido às baixas taxas de imunização – apenas 51% receberam a primeira dose da vacina e 37% completaram o esquema vacinal.


Embora alguns doadores ainda apoiem o setor de saúde afegão, os recursos destinados ao desenvolvimento do país diminuíram consideravelmente nos últimos meses. O Plano de Resposta e Necessidades Humanitárias do Afeganistão para 2025, estimado em US$ 2,4 bilhões, tem apenas 13% do financiamento necessário, o que agrava ainda mais a crise humanitária.


"Não se trata apenas de financiamento", enfatizou Salvador. "Cada dia sem apoio coletivo resulta em mais sofrimento, mortes evitáveis e impactos duradouros no sistema de saúde do Afeganistão."


UNAMA e a atuação da ONU no Afeganistão

Criada em 2002, a UNAMA tem a missão de facilitar o diálogo entre líderes políticos afegãos, países vizinhos e a comunidade internacional para promover governança inclusiva e prevenir conflitos. Desde a retomada do poder pelo Talibã em 2021, a missão também coordena as operações humanitárias da ONU no país e monitora a situação dos direitos humanos, com ênfase nos direitos das mulheres, minorias e grupos vulneráveis.


A UNAMA atua para fortalecer a cooperação regional, incentivando a integração do Afeganistão com países vizinhos em questões de segurança, estabilidade e desenvolvimento econômico. A renovação do mandato da missão reforça o compromisso da ONU em apoiar a população afegã diante da grave crise humanitária que assola o país.

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