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Forças do Governo da RD do Congo recapturam cidades-chave no leste do país

O Exército da República Democrática do Congo (RDC) anunciou a retomada de várias cidades no leste do país, anteriormente ocupadas por grupos armados. Entre os locais recuperados está Ngungu, uma cidade estratégica no território de Masisi, próximo à capital provincial de Kivu do Norte, Goma. As Forças Armadas da RDC (FARDC) também retomaram cidades na província de Kivu do Sul.


Segundo Guillaume Ndjike Kaiko, porta-voz das FARDC em Kivu do Norte, os rebeldes foram forçados a recuar durante uma operação conjunta liderada por comandantes provinciais. Ele listou outras localidades recuperadas, como Lumbishi, Ruzirantaka, Kamatale, Bitagata e Kabingo.


Soldados das FARDC cavam trincheiras em uma posição militar da linha de frente na província de Kivu do Norte, RDC - Arquivo Alexis Huguet - AFP
Soldados das FARDC cavam trincheiras em uma posição militar da linha de frente na província de Kivu do Norte, RDC - Arquivo Alexis Huguet - AFP

"Eles [os rebeldes] viram sua aventura ser interrompida pelas FARDC. Por toda parte, foram empurrados para trás", afirmou Kaiko no domingo.

Apesar das vitórias, combates intensos continuam em outras áreas, incluindo vilarejos em Masisi que permanecem sob controle dos rebeldes, como o Centro Masisi, considerado um reduto do grupo.


A região leste da RDC vive conflitos há décadas, com mais de 100 grupos armados disputando territórios ricos em minerais. Desde 2022, o grupo rebelde M23 tem enfrentado o exército congolês, resultando no deslocamento de quase dois milhões de pessoas. Kinshasa e a ONU acusam Ruanda de fornecer apoio militar ao M23, uma alegação negada por Kigali.


O conflito intensificou uma das maiores crises humanitárias do mundo, com cerca de seis milhões de mortes desde 1998 e sete milhões de deslocados internos.


A retomada das cidades gerou sentimentos mistos entre os moradores que fugiram das áreas de combate. Enquanto celebram a recuperação de seus lares, muitos ainda temem pela segurança.


"Estamos em Ngungu, mas continuamos sofrendo porque a segurança não está bem estabelecida. As pessoas continuam morrendo, acabamos de enterrar uma pessoa há 30 minutos", disse Nsabimana Alexis, um dos moradores.

Os confrontos tornaram dezenas de vilarejos inacessíveis para ajuda humanitária, enquanto campos de deslocados em Masisi sofrem com a superlotação. Organizações como Médicos Sem Fronteiras (MSF) enfrentam dificuldades para atender à crescente demanda.


Romain Briey, coordenador da MSF em Masisi, destacou a necessidade de mais socorristas humanitários na região para mitigar os impactos da crise. "Estamos fazendo o nosso melhor para responder, mas a falta de recursos humanos está dificultando as coisas", afirmou.


A situação no leste da RDC permanece volátil, com avanços e recuos que deixam milhares de civis em uma constante luta por sobrevivência.

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