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Foto do escritorSiqka

Desvendando Istambul: da Torre de Gálata ao Bazar Egípcio, um passeio pela cidade das tradições

Chegamos a Istambul antes do sol nascer. Como nosso hotel fica próximo à Torre de Gálata, deixamos as mochilas e fomos tomar café observando um dos cartões postais mais icônicos da cidade.

 

A origem da torre ainda é motivo de estudos e pesquisas; atualmente a mais difundida é que foi construída a mando do Imperador Justiniano, O Grande (527–565), porém, inicialmente de madeira, a torre foi destruída durante a Quarta Cruzada em 1204. Em 1267, uma colônia genovesa foi estabelecida em Constantinopla e uma nova torre foi construída, mas também não era essa. Somente após uma expansão da colônia genovesa, em 1348, a Torre de Gálata foi construída servindo como farol para os navegadores, mas também como parte do muro de defesa da retaguarda da colônia. Após a conquista otomana, os genoveses foram expulsos, mas a torre foi autorizada a ficar, porém, como presídio.

 

A história da Torre de Gálata é realmente confusa, principalmente considerando os turbulentos períodos de guerras entre os bizantinos, genoveses e otomanos. Entre fatos e discrepâncias históricas sobre a Torre de Gálata, é curioso que a mais famosa, aquela que sobrevive já há alguns séculos, é justamente a lenda do turco Ahmed Celebi. A lenda diz que em 1638, inspirado pelos desenhos de Leonardo da Vinci, o turco se lançou da torre amarrado em asas de madeira que ele mesmo projetou. Segundo conta a tradição oral, no primeiro voo intercontinental da história, Celebi voou de Gálata na parte europeia atravessando o canal do Bósforo e pousando em Üsküdar, no lado asiático da cidade. Vendo com os próprios olhos a distância entre um ponto e outro e, sabendo que a origem dessa estória parte de um único mochileiro otomano do século XVII, acho difícil de acreditar.

 

A Torre de Gálata foi convertida em um museu, se tornando um dos pontos turísticos mais frequentados da cidade, o qual oferece vista para Ayasofya, Palácio de Topkapı, Sultanahmet e, claro, do Corno de Ouro e do Estreito de Bósforo, bem no coração de Istambul.

 

Após tomar alguns chás com vista para Torre de Gálata seguimos em direção ao estuário do Corno de Ouro. Já era umas 9h da manhã quando o sol resolveu aparecer no horizonte. Estávamos bem embaixo da Ponte de Gálata; a cena das silhuetas dos pescadores acima de nós era uma poesia pronta para ser fotografada. Qualquer hora, seja dia ou noite, os pescadores de Istambul disputam os espaços na ponte, dando identidade única para o local.

 

Caminhando entre os pescadores seguimos na direção das mesquitas do outro lado da margem. A primeira que se pode ver é a Mesquita Yeni, encomendada em 1597 pela mãe do Sultão Mehmed III. Seguimos até o Bazar Egípcio, um mercado construído em 1660, que leva esse nome por ter sido construído com plantas similares às dos mercados do Egito. Atualmente um total de 85 lojas vendem especiarias, joias, lembranças, frutas secas, nozes e o tradicional turkish delight.

 

Caminhamos de Gálata até a Ayasophya, mas estava tão lotado que resolvemos não entrar. Ficamos sentados na praça em frente observando os monumentos ao redor e os turistas que compunham o cenário.

 

Tem dias como hoje que caminhamos sem olhar nos mapas e sem um destino certo ou atração para conhecer, e Istambul é um dos lugares que proporciona esse tipo de passeio, pois tudo aqui, até mesmo as coisas mais simples e rotineiras, são um mundo novo para nossos olhos. Andamos o dia todo, observamos as pessoas, seus costumes e o cotidiano da vida em Istambul. Juro, amamos tanto essa cidade, cada centímetro, que estamos pensando em quando sair amanhã, distribuir alguns currículos.

 

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