Intervenção dos EUA visa enfraquecer o Hezbollah e garantir que o Líbano não seja base para resistência
- Clandestino
- 18 de mar.
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Os Estados Unidos têm intensificado suas ações no Líbano, adotando uma postura mais agressiva no apoio à guerra de Israel contra o Hezbollah, ao mesmo tempo em que buscam o desarmamento total do país. Essa intervenção, que inclui medidas militares, econômicas e políticas, coloca o Líbano em risco de um colapso ainda maior, com a possibilidade de uma guerra civil ou até mesmo de uma normalização forçada das relações com Israel.
A recente imagem da enviada dos EUA ao Líbano, Morgan Ortagus, segurando foguete do Hezbollah ao lado de um oficial do exército libanês, é vista como um sinal claro da mudança na abordagem dos EUA no país. Embora a administração Biden já tenha apoiado Israel em sua batalha contra o Hezbollah, a administração Trump tem adotado uma postura ainda mais incisiva. O Líbano, com sua fragilidade política e segurança, encontra-se preso em uma região volátil, com a Síria, seu antigo aliado, imersa em caos sectário.

Em outubro de 2024, a Reuters relatou que os EUA estavam adotando uma estratégia de "deixar acontecer" no conflito libanês, algo que reflete a visão de Washington de garantir a vitória definitiva de Israel, não apenas em Gaza, mas também no Líbano. Essa postura levou ao colapso do governo do ex-presidente sírio Bashar al-Assad, ampliando a presença de facções extremistas na região e enfraquecendo a influência de potências como Irã e Rússia.
A estratégia dos EUA visa desmantelar qualquer resistência, incluindo o Hezbollah, e fortalecer a presença militar de Israel na região. Para isso, Washington tem implementado uma série de medidas coercitivas, como sanções econômicas, ataques militares e apoio à ocupação de áreas estratégicas no Líbano. O objetivo é enfraquecer o Hezbollah e garantir que o Líbano não seja mais uma base para grupos de resistência, colocando uma pressão enorme sobre o exército libanês para que controle o desarmamento das facções locais.
Além das ações militares, os EUA também estão remodelando a política interna libanesa, influenciando diretamente as nomeações de autoridades e tentando excluir aliados do Hezbollah de posições de poder. Isso inclui a pressão sobre figuras chave do governo libanês, como o presidente Joseph Aoun e o primeiro-ministro Nawaf Salam, além de tentativas de influenciar eleições futuras para reduzir o apoio ao Hezbollah.
A intervenção dos EUA no Líbano é uma parte de uma estratégia maior para reconfigurar o Oriente Médio, com o objetivo de alcançar a normalização das relações com Israel e garantir uma vitória final contra o Irã. No entanto, essa abordagem arriscada pode desencadear uma série de reações negativas, desde um agravamento da instabilidade interna no Líbano até um possível impacto em toda a região. A questão permanece: até que ponto os EUA conseguirão impor sua visão sem provocar uma resistência generalizada que coloque em risco o futuro do Líbano e da região?