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Leia "Granma, rumbo a la libertad"

Ao contrário de outros livros de crônicas ou historiografia, "Granma, Rumbo a la Libertad" revela meticulosamente os passos que antecederam a Revolução Cubana, desde o assalto ao Quartel Moncada, passando pela prisão, o exílio e a luta clandestina, até a expedição dos revolucionários e seus primeiros dias após desembarcarem em Cuba, tudo contado pelos próprios combatentes.

 

O triunfo deste livro não está apenas nos documentos, mas nos relatos organizados por Georgina Cuervo Cerulia e Ofelia Llenín del Alcázar dos próprios guerrilheiros, em um rico compêndio de textos narrados em primeira pessoa. Desde figuras conhecidas como Che Guevara, Camilo Cinfuegos e Raul Castro até outros protagonistas da revolução como Hilda Gadea, Célia Sánchez, María Antonia Figueroa, Calixto Garcia, Universo Sanchez, Faustino Pérez, Frank País, Vilma Espín e outros guerrilheiros, diversos autores relatam os mesmos eventos. O formato de organização desses textos nos permite explorar vários pontos de vista de uma única história, às vezes nos sentimos presos com os moncadistas na Ilha de Pinos (hoje Isla de la Juventud), outras, mimeografando cópias de "A História me Absolverá" nas casas clandestinas espalhadas pela província de Oriente.

 

Além dos relatos, este livro também expõe outros documentos históricos, como telegramas oficiais do governo de Batista, mandados de prisão e manchetes de jornais locais.

 

Publicado pela Editora Gente Nueva, em Havana Vieja, em 1983, torna a própria impressão deste livro um importante monumento histórico. Ter este livro em mãos, sentir a textura e o cheiro do tempo de suas páginas, faz dele ainda mais único do que qualquer outro livro sobre os mesmos eventos. Para completar, a diagramação do livro apresenta uma arte incrível de vetorização e design colorido, remetendo ao estilo antigo de impressão serigráfica.

 

Infelizmente, ou felizmente para aqueles que o possuem em sua prateleira, este livro não possui tradução para o português e não existe outra edição mais recente, muito menos versão digital. Consegui encontrar uma única versão no eBay, tão velha e desgastada quanto a minha, por um valor aproximado de 250 reais. Não costumo discutir sobre o preço dos livros, afinal, considero que o valor que suas páginas possuem é incomparável com os preços pelos quais são comercializados. No entanto, aqui está uma exceção: para ilustrar como em Cuba os livros são uma prioridade cultural e social, paguei apenas 100 pesos cubanos em Santiago de Cuba, equivalente a 20 reais. Portanto, minha primeira recomendação, não apenas para esta relíquia, mas para muitas outras, é viajar imediatamente para Cuba e explorar suas diversas livrarias e sebos espalhados pelo país.

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