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Moçambique enfrenta onda de protestos e tensões após eleição presidencial

Após a eleição presidencial de 9 de outubro, onde Daniel Chapo foi anunciado como vencedor, Moçambique tem enfrentado uma onda de protestos e tensões em Maputo. Venâncio Mondlane, líder do partido oposicionista PODEMOS, acusou o partido governista FRELIMO de manipulação eleitoral e pediu que o governo "restaure a verdade".


Desde o anúncio dos resultados, ao menos 18 pessoas morreram em episódios de violência, segundo a Human Rights Watch. O presidente da República pediu união ao povo, enquanto o Ministro da Defesa advertiu contra os atos de protesto, o que Mondlane descreveu como uma "tática cínica".


Mondlane destacou que as manifestações não se limitam à questão eleitoral, mas refletem décadas de insatisfação com a gestão pública do país, que impactou negativamente os indicadores sociais e econômicos. Médicos, professores, militares e até policiais têm se unido aos protestos, simbolizando a amplitude das demandas por mudanças estruturais.


Embora o governo tenha sugerido a possibilidade de declarar estado de emergência, Mondlane acredita que tal medida agora seria ineficaz, com as manifestações já espalhadas por todo o país. Questionado sobre a ameaça à sua segurança, ele afirmou estar acostumado a riscos, mas que sua luta vai além da vida pessoal: "Valores são atemporais. Vale a pena lutar pelo que perdura."


O líder oposicionista confirmou ainda ter sido procurado por membros da FRELIMO, tanto em caráter pessoal quanto representativo, mas disse estar aberto ao diálogo, desde que de forma organizada e coerente. Ele reforça que seu objetivo é claro: restaurar a verdade eleitoral e romper com o sistema bipartidário que, segundo ele, já não atende às necessidades do povo moçambicano.

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