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Na posse de Trump, Bolsonaro é convidado e Lula não!

  • Foto do escritor: Siqka
    Siqka
  • 9 de jan.
  • 2 min de leitura

Em mais um ato de recalque diplomático, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou um convite à embaixada do Brasil em Washington para sua cerimônia de posse, marcada para o dia 20 de janeiro. O que deveria ser um gesto protocolar se transforma em um claro recado político: ao excluir o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva de qualquer contato direto desde sua vitória eleitoral, Trump abre as portas da Casa Branca para um dos maiores aliados ideológicos da extrema direita brasileira, Jair Bolsonaro.



Esse desdém por Lula, favorecendo o ex-presidente Bolsonaro, vai além de uma simples formalidade diplomática – é uma mensagem inequívoca. Enquanto o governo brasileiro optou por apoiar a candidatura de Kamala Harris, Trump reafirma sua aliança com Bolsonaro, que, por sua vez, já anunciou que pedirá ao Supremo Tribunal Federal a liberação de seu passaporte para embarcar rumo aos Estados Unidos.


A exclusão de Lula e o convite a Bolsonaro revelam a cumplicidade entre Trump e o entreguismo do ex-presidente. Ao convidar figuras como o argentino Javier Milei, a italiana Giorgia Meloni e o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, Trump sinaliza uma política de alinhamento estreito com a extrema direita global, desprezando a pluralidade e qualquer esforço de diálogo político construtivo. Para o governo brasileiro, esse desprezo não deve ser visto como uma humilhação, mas como uma evidência de que o governo Lula busca a reconciliação com a democracia, enquanto o bolsonarismo continua a marchar na contramão do patriotismo que tanto pregam.


E como se isso não fosse suficiente, Trump segue avançando com sua agenda agressiva para a América Latina. Sob a liderança do senador Marco Rubio, o governo dos EUA prepara uma política punitiva e hostil contra regimes como os de Cuba, Nicarágua e Venezuela, com um olhar crítico e desrespeitoso sobre a política externa brasileira. O que se configura aqui é uma aliança explícita com a direita autoritária, em detrimento de um governo que, ao menos em palavras, tenta romper com décadas de subordinação a interesses externos.


O convite a Bolsonaro é mais do que uma tentativa de reverter um ciclo de resistência. É uma tentativa de consolidar as alianças autoritárias em nome de um projeto de dominação política que favorece o caos, o imperialismo e o retrocesso. Uma verdadeira afronta aos princípios de soberania nacional, uma negação do que deveria ser um diálogo genuíno entre países independentes – e, acima de tudo, uma reafirmação do jogo de sombras entre velhos aliados de guerra.

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