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Foto do escritor@clandestino_jornal

No Dia Nacional das Mulheres Palestinas, o Sindicato de Jornalistas Palestinos apresenta um documento de posição que estabelece exigências para a proteção das jornalistas palestinas

O dia 26 de outubro é um marco que nos lembra que as mulheres palestinas continuam a enfrentar as consequências da ocupação mais prolongada da história. Este dia serve para destacar as lutas das mulheres palestinas contra a opressão israelense, especialmente à luz da atual guerra genocida que atinge nosso povo. A ocupação, que tem um impacto devastador, se manifesta de maneira particularmente intensa na Faixa de Gaza, onde as jornalistas palestinas frequentemente pagam um alto preço por seu trabalho de relatar os crimes cometidos contra nosso povo. É uma data que homenageia os jornalistas que sacrificaram suas vidas em nome da liberdade de expressão, além de ser uma oportunidade anual para reafirmar os princípios fundamentais da liberdade de imprensa e para monitorar a situação precária enfrentada pelas profissionais de mídia.

Os jornalistas palestinos têm sido fundamentais na transmissão dos fatos, realizando essa tarefa com notável bravura. Este ano, o Dia Nacional da Mulher Palestina ocorre em um contexto excepcional, onde as exigências sobre os jornalistas, tanto homens quanto mulheres, aumentaram em decorrência da violência diária perpetrada pela ocupação em Gaza. Essa situação criou desafios sem precedentes para a cobertura jornalística, exigindo que os profissionais não apenas reportem os crimes cometidos, mas também mantenham sua própria segurança.

Apesar desses desafios, a imprensa palestina demonstrou uma notável capacidade de adaptação, talvez devido à experiência adquirida ao cobrir um ambiente tão violento, fruto do colonialismo israelense. Contudo, os ataques diretos a jornalistas, a destruição das sedes das instituições de comunicação e as invasões em cidades da Cisjordânia evidenciam um cenário alarmante. Somente no último ano, 21 jornalistas palestinos perderam a vida, enquanto outros 21 foram feridos e mais de 90% das jornalistas foram deslocadas de suas residências. Em Gaza, onde cerca de 300 jornalistas atuam, muitos enfrentaram a destruição total ou parcial de suas casas, sem mencionar a dor da perda de familiares.

Diante dessa realidade brutal, a importância de proteger as jornalistas palestinas e garantir seus direitos para que possam exercer sua profissão de forma livre e segura é cada vez mais evidente.


Situação Atual

  1. Riscos Aumentados: As jornalistas palestinas enfrentam sérios perigos, incluindo homicídios, agressões físicas, detenções e ameaças devido às ações da ocupação.

  2. Impacto da Guerra nos Meios de Comunicação: O conflito prejudica a capacidade das mulheres jornalistas de cobrir eventos de forma livre, comprometendo o direito do público à informação.


Exigências

  1. Proteção Imediata: As autoridades competentes devem garantir a proteção das jornalistas durante o exercício de suas funções, assegurando que não sejam alvo de agressões ou assassinatos.

  2. Capacitação: É essencial oferecer programas de formação em segurança no trabalho e direitos humanos para preparar as mulheres jornalistas a lidar com condições adversas.

  3. Responsabilização por Violações: Exigir investigações rigorosas sobre todas as violações cometidas pela ocupação israelense contra jornalistas mulheres, responsabilizando os autores.

  4. Apoio às Instituições de Comunicação: Incentivar o suporte a organizações de mídia locais e internacionais para que possam proteger as jornalistas e garantir ambientes de trabalho seguros.

  5. Conscientização Internacional: Convocar a comunidade global a reconhecer os perigos enfrentados pelas jornalistas palestinas e a apoiar iniciativas que visem sua proteção.

  6. Implementação de Acordos Internacionais: Uma exigência fundamental é a implementação de convenções e acordos internacionais que assegurem a proteção e segurança dos jornalistas, facilitando sua função essencial de informar o mundo. Entre os principais acordos estão:

    • Quarta Convenção de Genebra (1949): Que protege civis, incluindo jornalistas, durante conflitos armados.

    • Protocolo I (1977): Que amplia a proteção a civis e jornalistas em situações de guerra.

    • Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos: Que garante os direitos dos jornalistas em relação à liberdade de expressão e proteção contra agressões.

    • Resolução 1738 (2006) do Conselho de Segurança da ONU: Que condena ataques a jornalistas durante conflitos armados.

    • Resolução 68/163 (2013) da Assembleia Geral da ONU: Que denuncia a violência contra jornalistas e exige garantias de segurança.


Conclusão

Proteger as jornalistas palestinas não é apenas uma responsabilidade local, mas um dever global que requer esforços conjuntos de todas as partes. É vital que todos se unam para assegurar o direito das mulheres jornalistas de trabalhar em segurança, restaurando a confiança na mídia como fonte de informações precisas em tempos de crise, enquanto responsabilizamos a ocupação israelense por suas ações e pela violação das liberdades dos jornalistas palestinos.

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