O olho de Muath: um jornalista palestino na linha de frente da resistência
15 de novembro de 2018
O jornalista Muath Amarneh tomava seu café enquanto aguardava que as últimas baterias da máquina fossem carregadas. Embora seja um muçulmano devoto, ele optou por não fazer suas orações naquele momento, reservando-as para o campo[1], como é seu costume quando uma manifestação está programada para sexta-feira; ainda mais quando o local é Surif, uma cidade conhecida por abrigar 16 mesquitas.
Assim como grande parte da população, Muath nasceu e cresceu[2] em um campo de refugiados em seu próprio país[3]. O campo de Dheisheh, próximo à Bethlehem foi estabelecido como refúgio temporário para acomodar cerca de três mil palestinos, muçulmanos e cristãos que foram expulsos de Jerusalém e Hebron durante a Nakba, para que houvesse lugar para a autoproclamação do Estado de Israel. Mais de 76 anos desde o início da ocupação e Israel não tomou uma única medida para reverter o status dessa comunidade refugiada ou dos outros 5,8 milhões de refugiados palestinos que gerou e dispersou por todo o mundo. [1]
Muath cresceu em uma era marcada por uma violência de proporções extraordinárias, mesmo considerando a realidade de um território sob ocupação colonial. O que teve início como uma manifestação popular de palestinos lançando pedras contra um exército fortemente armado e considerado o mais tecnológico do mundo, rapidamente se transformou em um massacre. Foi em 1987 que o jornalista compreendeu que seu direito de ir e vir[4] estava sujeito à vontade das autoridades israelenses, que impuseram um rigoroso toque de recolher e envolveram o campo de Dheisheh com arame farpado, deixando apenas uma única saída, rigidamente controlada pelas forças militares. Esse período de agitação popular entrou para a história como a Primeira Intifada.
No final de 1993, um marco ímpar na história foi alcançado quando Yasser Arafat, líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), e o Primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin assinaram um acordo que acendeu as chamas da esperança em ambas as nações. O Acordo de Oslo I delineou um caminho para o término da Intifada e o início de negociações bilaterais que visavam abordar a questão dos territórios ocupados. Um ano após a assinatura desse acordo, Yasser Arafat, Yitzhak Rabin[5] e Shimon Peres, então Ministro da Defesa de Israel, foram conjuntamente agraciados com o Prêmio Nobel da Paz, em reconhecimento aos esforços pela busca da paz na região. Com o resultado do diálogo em andamento, a Primeira Intifada chegou ao fim e o campo de Dheisheh foi transferido para a jurisdição da recém fundada Autoridade Nacional Palestina (ANP), que removeu imediatamente as cercas de arame farpado. [2] [3]
A situação na região parecia melhorar, porém, o otimismo não demorou a ser novamente suprimido. No final de 1995, um segundo acordo entrou em cena. Poucos dias após a assinatura de Oslo II, Yitzhak Rabin foi assassinado. O crime foi planejado e executado por um militante judeu ortodoxo de extrema-direita. A execução pública do primeiro-ministro de Israel, cometida por um israelense contrário às negociações com os palestinos, trouxe desilusão para todos aqueles que ainda nutriam a esperança de uma paz duradoura entre as nações. [2] [3]
Menos de um ano após o assassinato de Rabin, Benjamin Netanyahu assumiu como Primeiro-ministro de Israel. A principal política de seu governo foi expulsar mais palestinos de suas terras e estabelecer novos assentamentos ilegais de colonos estrangeiros, a maioria proveniente da Europa, em áreas designadas pelo acordo de Oslo como território palestino. Esta medida e outras políticas de Netanyahu fecharam as linhas de comunicação entre as partes impossibilitando a continuidade das negociações de paz, instaurando um novo capítulo de violência. Os palestinos voltaram a protestar, e outra vez foram reprimidos com hostilidade pelos soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF), ao qual os palestinos preferem chamar de IOF, ou seja, Forças de Ocupação de Israel. Os desastres políticos de Netanyahu e seu partido Likud foram responsáveis pelo episódio que conhecemos como a Segunda Intifada.
Ameaçado pelos paus e pedras atirados durante a Segunda Intifada, o novo Primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon resolveu defender as fronteiras do estado, iniciando em 2001 a construção de uma nova cerca, agora de concreto, aço e com oito metros de altura. O Muro de Defesa israelense cercou muito mais que o quilômetro quadrado onde vive o fotojornalista, isolando completamente o território da Cisjordânia e separando-a da Faixa de Gaza que se transformou no maior presidio a céu aberto do mundo. O Muro do Apartheid não apenas restringe a livre circulação dos palestinos em suas próprias terras, ele os impede de entrar em Israel, o que não significa que impede a entrada dos soldados israelenses na Palestina.
Como não existe nada tão ruim que não possa piorar, Netanyahu assumiu novamente como Primeiro-ministro. Dessa vez seu mandato se perpetuaria pelos próximos onze anos, boa parte desse período contando com a ajuda de um aliado de peso que também adora a ideia de construir muros.
Juntos, Netanyahu e Donald Trump declararam guerra ao povo palestino. Cada declaração de Trump ou do Secretário de Estado americano, Mike Pompeo, refletia imediatamente na vida na Cisjordânia e Faixa de Gaza. A primeira medida intransigente de Donald Trump foi declarar Jerusalém como a “legítima” capital de Israel e transferir a embaixada americana para a cidade mais disputada do mundo. Para agravar ainda mais o caos, Trump achou uma ótima ideia incentivar outros estados a cometerem o mesmo crime e imprudência[6].
Frente às violações incitadas por Donald Trump e executadas por Netanyahu, o povo palestino se viu compelido a resistir com as pedras que lhes restavam. Em 2018, erguendo-se mais uma vez para reivindicar seus direitos, iniciaram-se nova manifestações semanais na Faixa de Gaza. Ocorrendo toda sexta-feira, as manifestações se estenderem por mais de um ano, ficando amplamente conhecida como a Grande Marcha do Retorno.
A iniciativa de Gaza em pouco tempo tomou as ruas também na Cisjordânia, onde confrontos se desenrolavam entre a resistência palestina e as forças israelenses. Em 11 de novembro de 2019, Omar Haitham Al-Badawi, de 22 anos, saiu de casa determinado a apagar o fogo resultante de um desses confrontos. Omar foi atingido por um disparo de munição real no abdômen. Os jornalistas documentavam a agressão e tentavam prestar socorro, mas as balas estouravam no muro atrás de suas cabeças. Os soldados alegaram que acreditavam que Omar estava carregando um coquetel molotov, mas as evidências fotográficas e em vídeo mostram que, na verdade, o jovem baleado segurava uma toalha branca, uma sinalização que no mundo inteiro – exceto para o exército israelense – é considerado como um sinal universal de paz. Após o cessar-fogo, os jornalistas conseguiram finalmente alcançar o jovem e prestar socorro. Um deles tomou Omar nos braços e o conduziu até um carro, porém, quando chegaram ao hospital de Hebron, já era tarde demais, Omar estava morto.
A mídia internacional divulgou as imagens do assassinato, gerando desconforto para o governo israelense e perseguição aos profissionais de imprensa palestinos. [4]
“Foram dias de inferno em meu país. Cada vez que notícias assim circulam, a repressão se torna ainda maior, não só contra nós jornalistas, mas contra todos os cidadãos palestinos. Quanto maior a repercussão na mídia, maior a repressão nas ruas.” Muath Armaneh, 2021. [5]
Quatro dias após reportar o assassinato de Omar, Muath retirou as baterias do carregador, conferiu as câmeras e lentes, se despediu de sua esposa e filhos e dirigiu na direção das 16 mesquitas de Surif.
A manifestação em Surif tinha como objetivo denunciar e reverter um decreto que transformaria uma área agrícola palestina em uma zona militar fechada, provocando impactos diretos na economia da cidade. Desde a Segunda Intifada, calculou-se que somente em Surif, mais de 556 oliveiras, 123 videiras, 37 amendoeiras e 112 outras árvores pertencentes aos habitantes locais tenham sido arrancadas pelas ações de colonos e soldados israelenses. O decreto impunha restrições significativas à mobilidade dos agricultores, gerando um clima de instabilidade social e resultando na insegurança alimentar de muitas famílias. Por essas razões, os moradores e agricultores, exercendo seu direito à associação e à realização de reuniões pacíficas, uniram-se para organizar a manifestação[7].
Assim que os primeiros jornalistas se posicionaram ao flanco dos manifestantes, o exército os obrigou a retirar os veículos do local. Muath, último a manobrar, foi parado pelos soldados que exigiram as chaves do automóvel. Temendo ter o carro incendiado ou usado como escudo, o fotojornalista negou, iniciando uma discussão com os militares. Um dos oficiais presentes na cena interrompeu a discussão e ordenou que “liberassem o jornalista”. Muath percebeu que o interventor possuía um rifle de longo alcance com silenciador.
“Não entendi o que o sniper falou, mas percebi que ele estava falando algo do tipo ‘libera que depois eu cuido dele’, foi aí que percebi algo estranho.” ... “O soldado que discutia comigo, me liberou sem questionar, senti que algo iria dar errado, logo lembrei do meu tio que me pediu para voltar inteiro para casa. Após estacionar coloquei todo meu equipamento e falei para os colegas fazerem o mesmo, eu sentia que os soldados preparavam algo contra nós.” Muath Armaneh, 2021 [5]
Adequadamente identificado como profissional de imprensa, com capacete e colete a prova de balas com as inscrições “PRESS”, Muath se posicionou em uma colina atrás da linha dos manifestantes, cerca de cem metros dos soldados. Em um milésimo de segundo tudo mudou. Ele recebeu uma pancada com tal força que fez o mundo girar ao seu redor, seu rosto queimava e ele não sabia se estava vivo ou morto. Muath Amarneh foi baleado por munição real no olho esquerdo.
Os soldados israelenses se aproximaram rapidamente dos jornalistas que prestavam socorro ao colega, alegando que nenhum tiro havia sido disparado pelas Forças de Ocupação Israelense e que o ferimento havia sido causado por uma pedra arremessada pelos próprios manifestantes.
A versão dada pelos soldados foi a mesma vendida pela mídia israelense e internacional no dia seguinte, no entanto, a verdade já era de conhecimento geral. Muath, que registrava as violações cometidas contra os palestinos, acabou se tornando uma vítima. Encaminhado para um hospital em Hebron, teve de ser transferido para Jerusalém devido à complexidade do ferimento. No centro cirúrgico do Hadassah Medical Center, os médicos removeram fragmentos da munição, mas tiveram também que remover o olho esquerdo do fotógrafo e jornalista. Parte do projétil não pôde ser removido por estar alojada na cavidade ocular próxima ao cérebro; uma cirurgia no local poderia causar ainda mais danos. Uceid Amarneh, primo do jornalista baleado, afirmou em entrevista o que todos já sabiam:
“Muath se tornou alvo de Israel por documentar as violações dos direitos humanos cometidas contra os palestinos”. Uceid Amarneh, 2018. [5]
Muath foi vítima de inúmeras violações dos direitos humanos ao longo de sua vida. Como jornalista, ele sofreu ainda mais especificamente em relação ao Artigo 19, que diz respeito à liberdade de opinião e expressão.
Quando abordamos o direito à liberdade de imprensa, protegida pelo Artigo.19[8] da Declaração Universal dos Direitos Humanos, devemos ter em mente que essa garantia não apenas assegura a liberdade de expressão em si, mas também desempenha um papel vital na proteção de outros direitos humanos. Isso ocorre devido à interdependência, indivisibilidade e interconexão desses direitos.
A interdependência refere-se ao fato de que a restrição da liberdade de expressão pode prejudicar diretamente o direito das pessoas ao acesso à informação e sua participação na esfera pública. A indivisibilidade ressalta que todos os direitos humanos têm igual importância, sem priorização entre eles. A interconexão significa que a violação de um direito compromete a de outros direitos. Em termos mais simples, a violação de um direito desencadeia uma reação que leva a uma série de outras violações.
Sempre que o Estado de Israel tenta ocultar informações sobre os crimes e violações cometidos contra os palestinos, inadvertidamente acaba cometendo novas transgressões, contra o ciclo de comunicação MECCR. Quando há uma tentativa de impedimento deste ciclo, composto pelas etapas “Mensagem, Emissor, Código, Canal e Receptor”, o resultado é a amplificação de outros crimes e violações, mesmo que não estejam vinculados à comunicação.
Esta introdução concentra-se em examinar como as violações dos direitos humanos são uma realidade contínua na vida dos palestinos e demonstrar que, quando os jornalistas tentam expor esses crimes, eles se tornam novos alvos de violações. Compreender esse processo é fundamental para analisar as implicações das violações dos direitos humanos e à liberdade de expressão, podendo assim buscar soluções eficazes para romper esse ciclo.
A flagrante a violação do Artigo.19 no caso de Muath, levou os jornalistas palestinos a uma nova manifestação para expressar o repúdio pela maneira que Israel pune coletivamente profissionais de mídia. Eles usaram tapa olho em alusão ao caso de Muath e foram novamente reprimidos, dezenas foram presos, intoxicados por gás e feridos por balas de borracha; uma nova violação ao mesmo Artigo.19 e também ao Artigo.20.
O movimento por liberdade de imprensa só chamou a atenção quando jornalistas internacionais publicaram autorretratos cobrindo o olho esquerdo com a mão. A campanha “Somos todos o olho de Muath” expressava a convicção de que Israel ataca intencionalmente os jornalistas. A ação viralizou entre artistas, estudantes, universitários, líderes políticos, esportistas e outras figuras públicas que compartilharam a iniciativa em suas redes sociais.
“Muath Amarneh é um jornalista palestino que documentou muitos incidentes com sua câmera. No entanto, ele não conseguiu concluir seu trabalho como jornalista em 15 de novembro porque uma bala israelense atingiu seu olho esquerdo.” Slogan da campanha. [5]
Na Palestina, utilizar colete e capacete com a inscrição “imprensa” não protege ninguém de agressões; pelo contrário, torna o profissional alvo dos soldados e do governo. – Então por que os jornalistas ainda usam esse equipamento? – Simples, se deixassem de usar, não haveria mais jornalistas na Palestina, e eu não estaria escrevendo este livro para defendê-los!
Em dez anos de trabalho, Muath já perdeu as contas de quantas vezes foi atingindo por balas de borracha ou gás lacrimogênio, assim como não se recorda de quantas vezes seu equipamento foi avariado ou apreendido. Casos como esse não são uma tática nova de Israel. Segundo um relatório publicado pelo Sindicato dos Jornalistas Palestinos (PJS), quase 600 violações contra jornalistas – palestinos e internacionais – foram cometidas só naquele ano, incluindo a morte de dois deles que cobriam as manifestações da Grande Marcha do Retorno na Faixa de Gaza [6]. Muath entrou para as estatísticas de violência contra profissionais imprensa no relatório do ano seguinte.
Infelizmente, essa realidade não é nova no cenário israelense. Como mencionado, cada violação dos direitos humanos desencadeia uma série de outras violações, levando-nos a refletir, se nos últimos três anos (2020, 2021, 2022), o PJS registrou mais de duas mil violações, quantas outras podem ter ocorrido como resultado direto e indireto dessas? Ou talvez, quantas milhares de transgressões permanecem ocultas para nós, exatamente por que a ocupação consegue obstruir a disseminação da liberdade de informação e o direito à circulação de informações?
O reconhecimento por direitos básicos a todos os seres humanos é uma das lutas mais antigas da humanidade. O Estado de Israel ou qualquer outro estado, em qualquer parte do mundo não tem autoridade para retirar ou privar qualquer pessoa desses direitos. Nessa condição, como pode palestinos como Muath ainda serem violentados por buscar direitos que não podem ser comprados, conquistados, herdados ou no caso dos palestinos, implorados? Palestinos que, sem acesso à justiça[9] são submetidos a leis discriminatórias[10]; presos indiscriminadamente[11], torturados[12] ou assassinados em prisões israelenses.
Se a busca pelos direitos humanos já perdura por milhares de anos, por que os palestinos ainda não são reconhecidos como pessoas?[13] – Porque, ainda hoje, existe forças coloniais e supremacistas, como o sionismo e suas autoridades, que para sustentar suas “democracias”, desacreditam a validade e abrangência da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Não apenas uma, mas muitas violações foram cometidas contra Muath, sendo que tais crimes são uma realidade diária para todos os palestinos. Independentemente de estarem dentro ou fora dos Territórios Palestinos Ocupados, o Estado de Israel não pode fazer seleções arbitrárias sobre quais direitos humanos merecem proteção e quais podem ser violados a seu bel-prazer.
O fotojornalista Muath ainda reside com sua família no campo de refugiados de Dheisheh, persistindo na sua tarefa de documentar as mesmas transgressões que a ocupação perpetra desde tempos remotos. Em outubro de 2023, ele foi detido pelas forças israelenses enquanto realizava a cobertura das incursões do exército na Cisjordânia, durante o período de cerco à Gaza. Neste momento, ele permanece em detenção administrativa, e já se passaram duas semanas sem que sua família tenha notícias dele, sem que nenhuma acusação formal tenha sido apresentada.
– Ainda somos o olho de Muath? Na Palestina, bem como em diversas partes do mundo, violações internacionais ocorrem diariamente. Para que o sonho dos direitos humanos se concretize para todos, nós que desfrutamos, mesmo que parcialmente, dos direitos inerentes a nossa condição, precisamos agir menos como colonizadores e mais como humanos, lutando incansavelmente para que todas as pessoas, independentemente de gênero, etnia, cor ou religião, sejam reconhecidas pelo que são, seres humanos.
[1] Artigo 18: Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.
[2] Artigo 1: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
[3] Artigo 14: 1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. 2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
[4] Artigo 13: 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. 2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse regressar.
[5] Yitzhak Rabin nasceu em Jerusalém. Filho de pai estadunidense e mãe russa, imigrados “clandestinos” em 1920. Rabin foi comandante do Haganah durante a Nakba. Eleito Primeiro-ministro duas vezes pelo Partido Trabalhista.
[6] Jair Bolsonaro prometeu transferir a embaixada brasileira, mas não o fez. Guatemala fez a transferência dois dias após a inauguração americana. Paraguai seguiu a mudança, mas a decisão foi revertida. Hungria não transferiu a embaixada, optando por abrir um escritório comercial em Jerusalém. Juan Orlando Hernández, presidente de Honduras e detido por corrupção, tráfico de drogas, associação ilícita e uso de armas, transferiu a embaixada hondurenha, no entanto, o governo de Xiomara Castro anunciou em 7 de agosto de 2022 que pretende retornar a embaixada para Tel Aviv.
[7] Artigo 20: 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
[8] Artigo 19: Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
[9] Artigo 7: Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
[10] Artigo 2: 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
[11] Artigo 9: Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
[12] Artigo 5: Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
[13] Artigo 6: Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.