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Foto do escritorSiqka

EUA, cúmplice e aliado de todos os crimes e violações de Israel

As violações cometidas pelo Estado de Israel contra os civis palestinos não seriam possíveis sem o apoio de fortes aliados, es­pecialmente quando um desses aliados possui poder de veto nas votações das Nações Unidas.

Conforme o calendário original, as manifestações da Grande Marcha do Retorno encerrariam em 15 de maio, mas o presidente Donald Trump decidiu que era o momento certo para jogar gasolina na fogueira e incendiar ainda mais a situação. Na segunda-feira, dia 14 de maio, uma embaixada provisória dos EUA foi estabelecida dentro do consulado americano em Jerusalém. A irresponsabili­dade da “diplomacia americana” resultou na antecipação da última manifestação palestina para aquele mesmo dia.

Enquanto a filha e o genro de Trump participavam da inaugu­ra­ção da nova embaixada, as forças de ocupação disparavam contra os manifestantes. Nesse dia, 58 vidas foram ceifadas por balas de três dólares cada, um montante que não seria suficiente para cobrir o custo de um simples canapé ou de uma taça de champanhe utilizada no brinde de Netanyahu e dos membros da família Trump.

Para encobrir o fracasso diplomático de Trump e Netanyahu e legitimar o uso de munição real contra civis desarmados, ambos os governos invocaram o argumento do direito de Israel de preservar sua segurança dentro de suas fronteiras contra o que classificam como terroristas do Hamas.

Para uma manifestação ser considerada fora do âmbito do di­reito à reunião pacífica, é necessário haver evidências substanciais de violência ou incitação à violência por parte de um número significativo dos manifestantes. No caso das dezenas de milhares de pessoas reunidas a cada sexta-feira, me pergunto quantas delas seriam necessárias para caracterizar um número significativo de manifestantes violentos. Seria realista pensar que milhares de militantes do Hamas estavam reunidos naquele dia e estariam dispostos a enfrentar um dos maiores exércitos do mundo, com suas armas de fogo, tanques e helicópteros? Mesmo se aceitarmos a hipótese descrita pelos governos israelense e americano, não se pode atribuir atos esporá­dicos de violência cometidos por alguns manifestantes aos demais, e muito menos justificar punições coletivas com o objetivo de silenciá-los.

Alinhada ao aparato de propaganda sionista, a imprensa homogênea internacional optou por destacar imagens de palestinos queimando pneus ao longo da linha verde para justificar o uso da força empreendida pelo exército israelense. É questionável como o ato de queimar pneus em seu próprio território pode ser conside­rado um ato de violência, e de que maneira essa ação poderia ameaçar a segurança do Estado de Israel. Foram justamente essas as imagens que ganharam destaque na mídia em 14 de maio; exatamente aquelas que mostravam palestinos segurando paus e pedras ou queimando pneus e não aquelas de jornalistas e paramédicos baleados. Essas imagens foram usadas para deslegitimar uma manifestação palestina legítima, que incluía pessoas como Wisal Khalil, Izzedine Al-Samak, Disse Al-Kheir, Ahmad Al-Sha'ar, Talal Matar, Saadi Abu Salah e Ibrahim Zarqa, todos eles, crianças assassinadas pelos disparos de munição real do exército de ocupação. – Será que eles também eram militantes do Hamas?

Organizações de direitos humanos que atuam nos Territórios Palestinos Ocupados e em Israel denunciaram o massacre em andamento. Funcionários das Nações Unidas uniram suas vozes para condenar a agressão desenfreada de Israel. O Kuwait também expressou sua preocupação com as violações dos direitos humanos cometidas pelas forças israelenses e propôs duas resoluções ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, sugerindo uma inves­tigação inde­pendente e transparente sobre os assassinatos de manifestan­tes. – Advinha! Ambas as propostas foram vetadas pelo bom e velho aliado americano.

As manifestações prosseguiram até o final daquele ano, sem perspectivas de cessar. Chegando em dezembro, Attiya Darwish, que acabara de ser atingido por um tiro de borracha, temia que pu­desse se tornar mais uma estatística daquele massacre. Após se afastar da multidão, Attiya apoiou sua câmera em seu pescoço para atender a uma chamada no celular que vibrava em seu bolso. Antes que pudesse dizer “alô,” uma bomba explodiu em seu rosto.

 

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