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O punhal de Jean-Marie Le Pen


Jean-Marie Le Pen
Jean-Marie Le Pen

Jean-Marie Le Pen faleceu nesta terça-feira, 7 de janeiro, aos 96 anos. Fundador da Frente Nacional, com herdeiros da colaboração e soldados nazistas, e figura tutelar da extrema-direita francesa, o "Menir" participou de duas guerras coloniais da França: Indochina e Argélia. Em meio a esse passado, deixou no local um objeto que hoje testemunha seu papel como torturador.


Trata-se de uma adaga, mais precisamente uma faca da Juventude Hitlerista, fabricada em larga escala na região do Ruhr entre 1933 e outubro de 1942, conforme revelam diversas investigações do Le Monde sobre a Guerra da Argélia. Na lâmina, feita de aço temperado, estão gravadas as seguintes palavras: “J.M. Le Pen, 1er R.E.P.”, sigla para 1º Regimento Estrangeiro de Paraquedistas, do qual Le Pen foi membro como tenente.


O objeto, cuja imagem foi amplamente compartilhada nas redes sociais nesta terça-feira como símbolo do passado deste "diabo", saudado descaradamente por parte da classe política (exceto pelo partido de esquerda La France Insoumise), encontra-se atualmente no Museu Nacional do Mujahid, em Argel. Por muito tempo, permaneceu desconhecido do grande público.


Nos anos 2000, a França ainda silenciava sobre os horrores da Guerra da Argélia. Florence Beaugé, jornalista, conduziu uma série de entrevistas — tanto com sobreviventes que denunciaram torturas quanto com ex-generais e soldados arrependidos, que confirmaram essas atrocidades. Esse "exercício de verdade e memória" durou seis anos.


Na Argélia, a jornalista encontrou Mohamed Moulay, que lhe entregou o famoso punhal, dando substância aos rumores e histórias que há anos acusavam Jean-Marie Le Pen de tortura. Segundo Moulay, Le Pen teria esquecido a faca na Casbah de Argel, em 3 de março de 1957.


Faço minhas as palavras de Jean-Luc Mélenchon:


“O respeito pela dignidade dos mortos e pela dor de seus entes queridos não anula o direito de julgar suas ações. As de J.M. Le Pen continuam insuportáveis. A luta contra o homem acabou. A luta contra o ódio, o racismo, a islamofobia e o antissemitismo continua.”

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