Quem é Michael Bloomberg, o bilionário que está financiando a luta contra as mudanças climáticas após Trump deixar Acordo de Paris
- Clandestino
- 23 de jan.
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Enquanto Donald Trump deu as costas ao Acordo de Paris e abandonou a pauta climática global, Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York e magnata das finanças, mais uma vez decidiu intervir. Nesta quinta-feira (23), Bloomberg anunciou que sua fundação destinará recursos para manter a Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC) funcionando, compensando o rombo financeiro deixado pelos Estados Unidos, que retiraram seu apoio ao pacto internacional.
A jogada de Bloomberg não é apenas generosa – é um golpe direto no legado negacionismo de Trump e da extrema direita. Com os EUA contribuindo com 22% do orçamento da UNFCCC, estimado em US$ 96,5 milhões para o biênio 2024-2025, a saída americana poderia ter paralisado os esforços da ONU. Mas Bloomberg, que parece enxergar além do lucro, assumiu o compromisso de evitar que a inércia política prejudique o futuro do planeta.
Não é a primeira vez que Bloomberg entra no ringue contra a política ambiental de Trump. Em 2017, quando o então presidente retirou os EUA do Acordo de Paris, Bloomberg ofereceu US$ 15 milhões para cobrir as lacunas financeiras e lançou iniciativas para monitorar o cumprimento das metas climáticas americanas – mesmo sem o país estar oficialmente no pacto. Agora, o magnata volta à carga, reafirmando que está disposto a usar sua fortuna para enfrentar os desafios globais.
“Contribuições como esta são vitais para permitir que a secretaria climática da ONU apoie os países na realização de seus compromissos e promova um futuro com baixas emissões, resiliente e seguro”, destacou Simon Stiell, secretário da UNFCCC.

Mas, Afinal, quem é Michael Bloomberg?
Filho de imigrantes judeus, Michael Bloomberg nasceu em 1942, em Medford, Massachusetts, e transformou o legado de uma infância simples em um império bilionário. Formado em Engenharia Elétrica pela Johns Hopkins e com um MBA em Harvard, Bloomberg iniciou sua carreira no coração do capitalismo, Wall Street, na Salomon Brothers.
Quando foi dispensado da Salomon Brothers, Bloomberg usou sua indenização de US$ 10 milhões para fundar a Bloomberg L.P., que atualmente possuí uma fortuna que ultrapassa US$ 90 bilhões.
Não satisfeito em dominar o mercado financeiro, Bloomberg entrou para a política em 2001, sendo eleito prefeito de Nova York como republicano. Em três mandatos, de 2002 a 2013, ele transformou a cidade em um modelo de governança moderna: combateu o tabagismo, reduziu a criminalidade e reimaginou os espaços urbanos.
Bloomberg também consolidou seu nome como um dos maiores filantropos do planeta. Através de sua fundação, Bloomberg Philanthropies, ele tem investido bilhões em saúde pública, educação, arte e, acima de tudo, em iniciativas contra as mudanças climáticas.
Sua história com o clima ganhou novos capítulos quando Donald Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris. Enquanto o governo americano abandonava o compromisso climático, Bloomberg interveio. Em 2017, cobriu parte do financiamento da UNFCCC com US$ 15 milhões, e agora, novamente, está garantindo que o pacto continue funcionando. Para ele, a omissão de líderes não é uma desculpa para a inação.
Mas, como diz o ditado: "Quando a esmola é muita, o santo desconfia." Bloomberg afirma estar agindo pelo bem comum, mas será que um bilionário pode realmente salvar o planeta sem outros interesses em jogo? Precisamos estar atentos, pois, o futuro — o meu, o seu, o de Bloomberg e até o de Trump — está em jogo. E nessa batalha, é essencial questionar as intenções, exigir transparência e garantir que a luta climática não seja apenas uma moeda de troca, mas uma mudança genuína para um mundo mais justo e sustentável.