top of page
Foto do escritorAndré Lobão

Sílvio Santos, um sionista que foi o pai do neofascismo brasileiro

Comunicador e empresário introduziu no Brasil programas de TV que semearam o ovo da serpente neofascista no país.


Morreu no último sábado, dia 17 de agosto, aos 93 anos, um dos comunicadores e empresários mais controversos do Brasil, Senor Abravanel, mais conhecido como Sílvio Santos.


O caô do Baú


Nascido no Rio de Janeiro, Sílvio era de origem judaica e fez fortuna a partir do rádio, tornando-se um comunicador popular já em São Paulo. Na capital paulista, acumulou fortuna com seu Carnê do Baú da Felicidade, um modelo de financiamento de mercadorias, como eletrodomésticos, uma espécie de consórcio, que era pago através de prestações de carnês, e também promovia sorteios de casas e carros.


O público-alvo era formado por donas de casa da classe média baixa brasileira, que viviam uma ascensão ao consumo durante o chamado milagre econômico brasileiro, na ditadura militar que governou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985, período em que Sílvio Santos adquiriu uma concessão pública de televisão, após tanto bajular políticos e generais detentores do regime político. Em 1989, chegou a apresentar sua candidatura à Presidência da República, mas foi descartado pela burguesia, que preferiu Collor de Mello.




O amigo da ditadura e do poder


Os mais antigos vão lembrar do programa "A Semana do Presidente", criado durante o governo do general ditador João Batista de Figueiredo, em 1979, ano em que ganhou a concessão. Pois é, Sílvio Santos sabia expressar sua gratidão.


Sílvio Santos seguiu acumulando e arrancando dinheiro de sua audiência ao criar a Tele Sena, um título de capitalização premiável que virou febre no Brasil em plena crise econômica brasileira dos anos 1990.


Nesse mesmo ano, o empresário dono do Sistema Brasileiro de Televisão, o SBT, transformou sua financeira Baú, criada em 1969, em banco, criando assim o Banco Panamericano. Um banco que, ao longo de sua existência, arrancou muito dinheiro de aposentados e pensionistas com empréstimos consignados, como faz até hoje, sob propriedade do BTG Pactual.


Em 2010, o banco de Sílvio Santos quebrou com um rombo de mais de 4 bilhões de reais, sendo socorrido pelo governo de Lula através da Caixa Econômica.




Neofascismo subliminar


Como dono do Sistema Brasileiro de Televisão, introduziu em sua programação produções importadas de qualidade questionável, que claramente continham, e ainda contêm, uma mensagem subliminar de culto aos valores da cultura dos EUA, assim como o endeusamento do dinheiro. Sílvio Santos tinha o dinheiro como seu Deus.


Ele também deve ser responsabilizado por introduzir produções enlatadas, consideradas de baixa qualidade nos EUA, no Brasil. Quem não lembra do "Super Herói Americano"?


O fenômeno da atual extrema-direita tem suas raízes no início dos anos 1980, com programas na TV de Sílvio Santos que naturalizavam, e ainda naturalizam, o extermínio de pobres, favelados e periféricos, como o "Homem do Sapato Branco", "Aqui e Agora" e "Programa do Ratinho". Assim, o fascismo televisivo entrava nos lares brasileiros. Sim, Roberto Jefferson um dia foi o advogado do povo para defender os direitos do consumidor no "Aqui e Agora".




Sionistas lamentam


Como não poderia deixar passar em branco, as entidades sionistas brasileiras, como CONIB, Federação Israelita de São Paulo, a Câmara de Comércio Brasil–Israel, também conhecida como "Brill Chamber", e a PinFourPeace, que apoiam abertamente o genocídio que já matou mais de 40 mil pessoas na Faixa de Gaza e as políticas de apartheid aplicadas por Israel nos territórios da Palestina, ocupados desde 1948, emitiram notas lamentando a morte de um dos seus mais ativos apoiadores. Isso explica como Sílvio Santos teve um papel importante ao ser considerado um dos mais influentes sionistas do Brasil.

Creative Commons (1).webp

ÚLTIMAS POSTAGENS

bottom of page