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O Sudão do Sul atravessa uma grave crise humanitária, marcada pelo aumento de casos de fome e cólera

O Sudão do Sul atravessa uma grave crise humanitária, marcada pelo aumento de casos de fome e cólera em diversas regiões. Na última sexta-feira, agências das Nações Unidas solicitaram maior apoio internacional e medidas emergenciais para mitigar o sofrimento no país.



O Programa Mundial de Alimentos (PMA), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertaram sobre o avanço da fome, desnutrição e surtos de doenças no país. O PMA informou que a situação alimentar atingiu níveis alarmantes, com mais da metade da população enfrentando insegurança alimentar em nível crítico (pelo menos IPC3 na escala global de cinco pontos).


Além disso, o PMA enfrenta dificuldades financeiras para pré-posicionar suprimentos para o próximo ano e lida com obstáculos de acesso às comunidades devido ao fechamento sazonal das estradas e aos altos custos do transporte aéreo de ajuda. Segundo Shaun Hughes, diretor interino do PMA no Sudão do Sul, “atualmente, o PMA não dispõe de suprimentos alimentares no país para responder às necessidades humanitárias do próximo ano”.


As estradas do Sudão do Sul tornam-se intransitáveis durante grande parte do ano, especialmente nas áreas com maior insegurança alimentar. Hughes enfatizou que o transporte aéreo é usado como último recurso, pois é uma alternativa cara que reduz os recursos disponíveis para a compra de alimentos. Ele sugeriu que a distribuição terrestre de alimentos, antes das fortes chuvas e inundações, seria a solução mais eficaz.


Fatores como altos preços de alimentos, instabilidade econômica, conflitos internos e a chegada de refugiados do Sudão, onde há confronto entre forças governamentais e milícias, agravam a crise no Sudão do Sul. Além disso, inundações severas destroem plantações e deslocam comunidades inteiras, aumentando a dependência da assistência humanitária.


O PMA conseguiu atender apenas 38% dos necessitados durante a época de escassez de 2024, com a maioria recebendo meias rações de alimentos.



Surto de cólera

O país também enfrenta um surto de cólera no condado de Renk, um ponto de entrada para refugiados e pessoas retornadas do Sudão. Até o final de outubro, foram registrados 50 casos suspeitos, com seis confirmados. As condições de vida precárias e o acesso limitado à água limpa e saneamento contribuem para o aumento do risco de propagação da doença.


Para conter o surto, as autoridades de saúde, com apoio da OMS, ativaram uma força-tarefa de cólera e estabeleceram unidades de tratamento no Hospital Civil de Renk e em Wunthou. A OMS também enviou equipes de resposta rápida e kits de saúde de emergência para a região, o suficiente para atender 74.000 pessoas, incluindo kits específicos para cólera.


Dr. Karamagi, representante da OMS, reforçou o compromisso da organização em apoiar o Ministério da Saúde do Sudão do Sul para aprimorar a vigilância de doenças, coordenação de respostas e fornecimento de suprimentos médicos.



Crianças em risco

Crianças menores de cinco anos são especialmente vulneráveis à crise. A UNICEF, ao examinar recentemente 1.800 crianças nessa faixa etária, encontrou 485 desnutridas, das quais 150 em estado grave. A agência tem providenciado água limpa para cerca de 40.000 pessoas em áreas afetadas por enchentes, reduzindo o risco de doenças transmitidas pela água. Além disso, facilitou a matrícula de mais de 3.000 crianças refugiadas e retornadas em escolas nas localidades de Renk, Kodok e Malakal, visando apoiar a integração dessas crianças em suas novas comunidades.

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