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Teerã intercepta documento "ultrassecreto" do Departamento de Defesa dos EUA revelando planos de ataque israelense contra o Irã

Segundo os documentos, os Estados Unidos têm monitorado os preparativos de Israel para o que parece ser uma operação militar de grande escala contra o Irã. Desde 8 de outubro, Washington teria observado a movimentação de um grande número de mísseis avançados israelenses para a Base Aérea de Hatzerim, localizada ao sul dos territórios ocupados. Em 15 e 16 de outubro, mais armamentos foram transferidos para as bases aéreas de Ramot David e Ramon. A Força Aérea Israelense realizou, em 15 de outubro, um grande exercício de treinamento, utilizando diversas aeronaves, incluindo aviões-tanque e Sistemas de Alerta e Controle Aerotransportados (AWACS), que atuam como estações de radar aéreas.


O canal de Telegram 'Middle East Spectator' afirmou ter recebido os documentos através de uma fonte anônima, que supostamente trabalha no Departamento de Defesa dos EUA. A fonte preferiu não revelar sua identidade, e o canal ressaltou seu caráter independente, afirmando que não possui vínculos com entidades ou governos, exercendo seu direito à liberdade de imprensa.


A divulgação do relatório rapidamente ganhou repercussão global. Em poucas horas, a notícia estava nas manchetes de grandes veículos de imprensa ocidentais e israelenses, gerando preocupação entre agências de inteligência. A CNN e a Axios foram os primeiros a reportar o caso, com a Axios citando autoridades dos EUA que classificaram o vazamento como "extremamente preocupante". "Uma fonte americana informou à Axios que o vazamento é motivo de grande preocupação", publicou a mídia, refletindo o mesmo sentimento de um alto funcionário israelense que reconheceu a gravidade da situação.


O primeiro representante dos EUA a abordar o caso foi o presidente da Câmara, Mike Johnson, que confirmou que o governo dos Estados Unidos estava investigando o ocorrido. "Há acusações muito sérias sendo feitas", declarou o republicano à CNN no domingo, acrescentando que receberia mais informações sobre a investigação em breve.


Johnson não comentou sobre a autenticidade dos documentos vazados, mas o New York Times informou que, em privado, autoridades americanas reconheceram sua veracidade.





O que os vazamentos revelam?


Apesar da seriedade dos documentos confidenciais, muitos analistas acreditam que o conteúdo dificilmente alterará o rumo de uma possível ação israelense contra o Irã. Desde que o Irã lançou aproximadamente 200 mísseis balísticos em instalações militares e de inteligência israelenses nos territórios ocupados, há cerca de 20 dias, as lideranças israelenses têm intensificado a retórica, prometendo uma retaliação "dolorosa" contra o Irã.


Embora o ataque iraniano tenha sido direcionado apenas a alvos militares, autoridades israelenses discutem publicamente possíveis respostas, que vão desde ataques a bases militares até ações mais agressivas, como paralisar a produção de petróleo e atingir instalações nucleares iranianas. Esta é a segunda vez que o Irã desafia diretamente Israel a partir de seu próprio território, sendo que a primeira ocorreu em abril, em um ataque menos significativo. Agora, com o Hezbollah intensificando as tensões ao atacar um campo da brigada Golani e a residência do primeiro-ministro Netanyahu, cresce a expectativa em torno do próximo passo de Israel. A decisão é crucial: qualquer ataque ao Irã pode reforçar a posição israelense ou, como advertido por autoridades iranianas, acelerar um possível declínio de Israel, algo que se tornou mais evidente no último ano.


Embora os documentos vazados não mudem necessariamente o desenrolar dos acontecimentos, eles levantam questões importantes sobre a origem do vazamento.


Se a fonte for realmente alguém do Departamento de Defesa dos EUA, como alegado pelo canal de Telegram, isso pode indicar divisões internas profundas no governo americano. Isso sugeriria a existência de um grupo considerável de analistas militares e de segurança contrários às políticas atuais. Esses indivíduos poderiam estar expressando sua preocupação com a postura dos Estados Unidos, que, segundo eles, estaria conduzindo o país, de forma imprudente, para um potencial desastre ao não conter as ações de Israel no Oriente Médio.


Por outro lado, se uma entidade governamental estiver por trás do vazamento, o cenário se torna ainda mais complexo. Washington poderia estar tentando evitar um conflito total ao alertar o Irã sobre os preparativos israelenses. Alternativamente, Israel poderia estar deliberadamente espalhando informações falsas para confundir o Irã. Outra possibilidade seria que o próprio Irã estivesse vazando as informações, com o objetivo de demonstrar sua superioridade em inteligência e dissuadir qualquer agressão israelense.

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