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Um roubo 'diplomático' - O que Trump quer na Groenlândia?

  • Foto do escritor: Siqka
    Siqka
  • 9 de jan.
  • 3 min de leitura



O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em vias de assumir seu segundo mandato, declarou na última terça-feira que avalia a possibilidade de anexar a Groenlândia ao território norte-americano. A ilha, pertencente à Dinamarca, é considerada estratégica tanto para interesses militares quanto econômicos dos EUA. Para os distraídos, pode parecer mais uma das bravatas de codinome agente laranja. Mas, para quem enxerga a lógica predatória dos Estados Unidos, fica evidente que a ilha é o novo alvo na expansão imperialista.


A Groenlândia, não é só um pedaço remoto de terra gelada, ela representa uma mina estratégica de riquezas naturais — petróleo, gás natural e minerais raros — e uma posição geopolítica privilegiada no Ártico. Para Trump, isso significa "dinheiro". Para o imperialismo, significa "poder".



Um roubo "diplomático"

Trump, sem disfarces, sugere elevar tarifas comerciais contra a Dinamarca caso o país não ceda à pressão por "negociações". E, como um tirano que é, não hesita em insinuar o uso da força militar como plano B. A mensagem? – Ou entregam a Groenlândia de bandeja, ou enfrentam a fúria da superpotência.


Essas ameaças são mais do que retórica; elas revelam o modus operandi de um sistema que transforma nações soberanas em peças de um jogo sujo controlado por Washington. Não há negociações genuínas aqui. Há imposição e chantagem, embaladas em discursos "diplomáticos".


A Groenlândia é um tesouro para a ganância capitalista. Seus vastos recursos são essenciais para alimentar indústrias norte-americanas, enquanto sua posição geográfica a torna perfeita para operações militares, como sistemas de interceptação balística e monitoramento da movimentação russa no Ártico.


O exército dos EUA já mantém uma base aérea na ilha, o Aeroporto de Thule. Mas Trump quer mais. Quer o controle total. Para isso, sua administração cogita até um referendo que, sob a falsa bandeira da democracia, "independizaria" a Groenlândia para depois anexá-la aos EUA. Uma piada de mau gosto que apenas ecoa o longo histórico de manipulações políticas norte-americanas.


Enquanto o patriarca late suas ameaças, o emissário do clã é Trump Jr. que atualmente está em uma "visita privada" à Groenlândia, a bordo do luxuoso avião da família, o “Trump Force One”. Coincidência? Difícil acreditar. A dinastia Trump não dá ponto sem nó, e qualquer movimentação deles tem um objetivo: lucrar com a destruição e o roubo.



O silêncio cúmplice

A União Europeia, como sempre, reage com declarações tímidas, ineficazes e covardes. Jean-Noël Barrot, ministro francês, disse que o bloco "não permitirá ameaças às fronteiras soberanas", mas a verdade é que a Europa permanece ajoelhada diante da dependência econômica e militar dos Estados Unidos.


O que está em jogo não é apenas a Groenlândia, mas o paradigma de como o poder se exerce no século XXI. Sob o capitalismo, territórios inteiros são mercantilizados, e populações locais são ignoradas em nome do lucro e da expansão geopolítica.


Trump não é um desvio da norma; ele é a norma levada ao extremo. Sua tentativa de anexar a Groenlândia expõe a verdadeira face de um sistema que não conhece limites, apenas oportunidades para explorar e dominar.



Quem será o próximo?

Hoje, é a Groenlândia. Amanhã, pode ser qualquer outro território que sirva aos interesses norte-americanos. E enquanto a comunidade internacional observa de braços cruzados, o imperialismo avança.


Está na hora de enxergar o óbvio: Trump não age sozinho. Ele é um produto do sistema que o criou, um executor do projeto imperialista que ameaça a soberania e a dignidade de todas as nações. A questão não é mais se haverá resistência, mas quando ela começará. E, principalmente, se será suficiente para frear essa marcha insaciável rumo ao abismo.

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