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Foto do escritorClandestino

A GUERRA E SEUS ESQUADRÕES - POR JEANDERSON MAFRA

A guerra insana

e seus esquadrões

Leva o verde

vivo da relva

E a verve nutrida

das emoções


Leva o calote,

o irrisório cisma

Desdenha da morte

Pregando um sofisma


trazem o malote

Ao senhor da guerra

Que do sul ao norte

desenha uma terra


Não chove o maná,

não vê-se andorinhas,

Mas chove um olhar

Vingança advinda

por quem será

o olho que tudo vê,

mas nunca pisca?

E quem comerá

da fome, a sede

do nó das tripas?


A última esperança

A vila destruída,

O choro da criança

do mártir que se arrisca

A levantar do escombro,

A reviver o sonho

Banhado de ouro

Do invencível Domo


Ver sorrir os filhos

a mulher formosa.

ver avós e tios

E a mesa frondosa.

tê-los no almoço

a gargalhar dos ais

afastá-los do insosso

De amargos sinais


Mas a guerra tirana

com seus esquadrões

dilacera a casa,

profana os portões.

destrói sua vinha,

o azeite e o pão,

torrados na xícara

de café ao chão


No choro,

não há mais lágrimas.

a vida,

Esta se cobra.

e toda cena é banida

na mortalha insípida

Em tarjas de agora


mas depois da guerra

e seus esquadrões

Virá uma vila

e alegres pulsões

crianças brincando,

casais se abraçando

Memórias cantadas pelos anciões




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