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Foto do escritorClandestino

Gaza, para Guernica de folha

Em 1937, o pintor espanhol Pablo Picasso produziu uma de suas grandes obras, Guernica. A pintura retrata o bombardeio realizado contra a cidade de Guernica pela força aérea nazista, em apoio à Falange Fascista durante a guerra civil espanhola que durou entre os anos de 1936 e 1939, derrotada pelos fascistas liderados por Francisco Franco.




Na tela de Picasso ele retratou e denunciou o horror sofrido por uma pequena cidade da Espanha após um atentado que na verdade foi um experimento com armas nazistas que matou mais de 1.600 pessoas, em apenas três horas.

86 anos depois, vivo, o artista espanhol certamente produziria uma obra sobre o massacre que está em curso na Faixa de Gaza, que no momento da produção deste texto registrava mais de 7 mil mortes.

Guernica mostra elementos do sofrimento humano diante das bombas que vemos no céu. O homem com os braços eretos como se implorasse por misericórdia, ou um corpo sem pelos como o rosto olhando para o ceu e a mulher aparentemente morta com uma criança nos braços, nos remete a um jantar contextual contemporâneo.

Pois alguns jantares diários que olhamos através das telas dos smartphones, computadores e televisões causam indignação, repulsa e sentimento de impotência. Para outros, a oração da morte é o ápice do exercício do poder através da violência. Há também aqueles que se conformam com a explicação e justificação da natureza belicista do ser humano.

Em Guernica, Picasso também retrata um animal, um passeio como se fosse uma visão perdida. Gaza mostra a foto de um gato preso nos escombros pedindo ajuda.

Picasso em Guernica mostra como a vida se fragmenta após o horror das bombas que destroem vidas. Estas imagens reais e em tempo real de Gaza mostram corpos destruídos, países e pessoas mais aflitas carregando o resto dos seus filhos que não entendem aquele horror assistindo ao filme.



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