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Foto do escritorSiqka

Martin Luther King Jr. Apoiaria o Bombardeio de Palestinos? A Manipulação Histórica de Amy Schumer

Recentemente, me deparei com uma polêmica envolvendo Amy Schumer, uma atriz, comediante, diretora e produtora estadunidense conhecida pela série “Inside Amy Schumer”. Para ser honesto, nunca tinha ouvido falar dela antes, mas o absurdo da situação chamou minha atenção. Schumer compartilhou um vídeo que, de forma descontextualizada, insinuava que Martin Luther King Jr. apoiaria a existência de Israel. À primeira vista, essa interpretação pode parecer apenas uma distorção, mas levanta uma questão mais profunda: o uso seletivo de discursos históricos para justificar ações políticas contemporâneas.


Foto Charles Moore I Prisão de Matin Luther King

Ao associar as declarações de King, que defendiam os direitos judaicos e condenavam o antissemitismo, com a questão israelense, Schumer promoveu uma manipulação grosseira do legado do líder pelos direitos civis. Esse tipo de distorção, comum no cenário midiático e amplamente alimentado pela chamada Indústria da Desinformação", esvazia o contexto histórico das lutas sociais às quais King dedicou sua vida, desvirtuando completamente sua mensagem.

Por sorte, uma moça chamada Bernice viu a postagem e resolveu rebater o absurdo. Bernice destacou que Dr. King se oporia ao militarismo de qualquer tipo, inclusive ao bombardeio israelense contra os palestinos, assim como defenderia a libertação de reféns e a busca por uma paz genuína, enraizada na justiça. Na íntegra, Bernice disse que:

"Certamente, ele era contra o antissemitismo, assim como eu. Ele também acreditava que o militarismo (junto com o racismo e a pobreza) estava entre os Triplos Males interconectados. Tenho certeza de que ele pediria que o bombardeio israelense aos palestinos cessasse, que os reféns fossem libertados... e que trabalhássemos pela verdadeira paz, que inclui a justiça. A justiça no seu melhor é o amor corrigindo tudo que se opõe ao amor.' Temos muito a corrigir. Eu lamento com todos os que estão de luto. Eu sei que não podemos nos dar ao luxo de diminuir e desumanizar uns aos outros se estivermos realmente comprometidos em livrar a humanidade dos Males Triplos e com a liberdade da opressão para todos.” Bernice

Bernice também encorajou a estrela de Trainwreck a ler o livro de Martin Luther King Jr. de 1967, Para onde vamos a partir daqui: caos ou comunidade?

Para ficar claro, Bernice é apenas a diretora do Martin Luther King Jr. Center for Nonviolent Social Change e, também, filha do Dr. King.

Mas voltemos a Amy Schumer. Ela não é a primeira, nem será a última, a utilizar a apropriação histórica para sustentar agendas políticas atuais. Manipular falas de King para justificar a violência e ocupação contra palestinos não apenas desrespeita seu legado, como também pereniza a lógica hegemônica que silencia as vozes oprimidas — as mesmas pelas quais King lutou para amplificar.

O episódio nos lembra da urgência em compreender que figuras como Dr. King e Malcolm X viam a luta pelos direitos civis como parte de um movimento global, no qual os poderosos estão de um lado, e os oprimidos, de outro. Nesse sentido, é fundamental unir as causas: movimentos negros e indígenas devem levantar a bandeira da Palestina, assim como os militantes palestinos devem se engajar em outras frentes de luta e levantar suas bandeiras, afinal, lutamos contra o mesmo opressor.

 

 

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