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Foto do escritorSiqka

Só vou dormir depois de assistir ao Netanyahu ser eletrocutado numa cadeira elétrica

Ontem, escrevi uma notícia relatando que o aiatolá Khamenei declarou que a prisão de Netanyahu não seria suficiente: ele deveria ser condenado à pena de morte. Poucas horas depois, um amigo — com quem eu havia compartilhado a autoria da postagem — me ligou, dizendo que, sendo contra a pena de morte, ele não poderia contradizer seus próprios princípios ao compartilhar aquilo.


— Mas ora, eu também sou contra a pena de morte e a tortura. Então, por que estava postando aquilo?


Respondi a ele que não havia problema em não compartilhar e que, de fato, eu também sou contra a pena de morte. Porém, como ateu, enfrento um dos grandes dilemas da minha descrença: esse dilema não é a descrença em um paraíso para onde eu possa ir após a morte, mas sim não acreditar em um inferno para onde filhos da puta como Netanyahu, Bolsonaro, Trump, Mussolini e Hitler possam queimar eternamente para pagar suas dívidas com a humanidade. Foi a resposta mais sincera que pude dar naquele momento — mas, nem eu estava convencido.


Outro problema grave que me atormenta é uma insônia feroz. Qualquer coisa que invada meus pensamentos existenciais à noite martela a minha cabeça até que eu encontre uma resposta ou ao menos uma direção. E naquela noite, não foi diferente. Fui tentar dormir, mas me vi pensando no maldito Netanyahu sentado na cadeira elétrica, em uma cena digna do estilo de Stephen King.


Me peguei questionando por que eu queria tanto assistir à cena de um genocida sendo fritado. Aquilo fazia parte da minha natureza? - Mas que natureza? - Fodeu. Entrei em um dilema ainda maior, aquele que atormenta a humanidade desde sempre. Um dilema que tirou o sono dos mais sábios que pisaram sobre esta terra: de Tales de Mileto a Sócrates, de Platão a São Tomás de Aquino, de Schopenhauer a Nietzsche, de Freud a Jung. E se nem eles chegaram a um consenso, quem sou eu? Mas, mesmo assim, tentei.


Revivi a história da humanidade, de Nero a Calígula, de Hitler a Netanyahu. E, por ora, cheguei a uma resposta que se alinha a Confúcio: a natureza humana é dual. Podemos ser mesquinhos, arrogantes, maldosos e intolerantes, mas também podemos ser bondosos, caridosos, gentis, honestos e piedosos. Essa dualidade permeia a existência de cada homem e mulher. Não há ninguém neste mundo feito só de bondade e amor, sem defeitos — exceto, talvez, Jesus Cristo e Sidarta Gautama. Da mesma forma, ninguém é pura maldade. Basta ver Mike Tyson brincando com seus pombos ou imaginar o Churchill, aquele gordinho que só virou demônio após ser tanto zoado na escola. Somos imperfeitos, uma balança que ora pende para o bem, ora para o mal. E, na nossa curta existência, nossa natureza se resume ao desafio de lutar contra nós mesmos, equilibrando o certo e o errado.


Então, como explicar o caso de desejar a pena de morte para Netanyahu? É simples: esse demônio não possui um traço de bondade sequer; é pura maldade; logo, ele não é humano. Com isso, posso voltar a dormir sem remorsos e, ao menos em sonho, imaginar Netanyahu sendo eletrocutado até seus olhos derreterem em sua caixa craniana!

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