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A guerra contra jornalistas e a verdade silenciada

Entre 2006 e 2024, mais de 1.700 jornalistas foram assassinados ao redor do mundo, e cerca de 85% desses crimes seguem impunes, de acordo com um relatório da UNESCO.


O Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, celebrado em 2 de novembro, destaca anualmente os riscos que os jornalistas enfrentam, inclusive o custo de suas próprias vidas. Neste ano, a data coincide com o Relatório bianual do Diretor-Geral da UNESCO sobre a Segurança de Jornalistas e a Questão da Impunidade, que apontou um aumento de 38% nos assassinatos de jornalistas em comparação ao levantamento anterior.


Em mensagem de 2024, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, ressaltou que Gaza é atualmente o lugar onde mais jornalistas morreram em conflitos nas últimas décadas. Ele apelou aos governos para protegerem os jornalistas, investiguem os crimes contra eles e responsabilizem os agressores.


No Seminário Internacional de Mídia da ONU sobre Paz no Oriente Médio de 2024, Guterres destacou que, em Gaza, a morte de jornalistas atinge um nível sem precedentes. A restrição ao acesso da mídia internacional à região sufoca, segundo ele, qualquer vislumbre de verdade sobre o que ocorre no território.


No evento, figuras como Cheikh Niang, presidente do Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos Inalienáveis do Povo Palestino, Guilherme Canela, da UNESCO, e Mohammad Ali Alnsour, da ONU, denunciaram a escalada de violência e censura contra jornalistas palestinos. Niang lembrou que, desde outubro de 2023, mais de 130 jornalistas palestinos foram mortos, suas redações destruídas e a comunicação interrompida, numa tentativa sistemática de sufocar vozes e evidências dos crimes em Gaza.


A ONU e a UNESCO reforçam que o silenciamento da imprensa é uma ameaça global. É uma tentativa de mascarar abusos, corrupção e violações, além de ameaçar os direitos democráticos fundamentais. No Dia Internacional para Acabar com a Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, o chamado é claro: governos, sociedade civil e mídia devem agir juntos para proteger quem se arrisca a expor a verdade e assegurar justiça para aqueles que foram silenciados em sua luta por um jornalismo livre e verdadeiro.

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