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Afeganistão em colapso: Mais de 23 Milhões de vidas em risco após cortes na ajuda humanitária

Foto do escritor: ClandestinoClandestino

UNICEF ©Samuel Sanchez.
UNICEF ©Samuel Sanchez.


Em um cenário de calamidade crescente, Roza Otunbayeva, representante especial do secretário-geral da ONU no Afeganistão, revelou uma situação devastadora no Conselho de Segurança. O impacto do corte de financiamentos já levou ao fechamento de 200 unidades de saúde, deixando cerca de 1,8 milhão de afegãos sem acesso aos cuidados médicos essenciais. E o futuro é sombrio: mais da metade da população, ou 23 milhões de pessoas, estará dependente de ajuda humanitária em 2025.


A chefe da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama) alertou que a crise se agrava com a redução rápida da assistência internacional, enquanto os serviços de saúde, incluindo programas vitais de desnutrição infantil, estão sendo severamente limitados. Ao mesmo tempo, a população vive com o medo constante de uma maior repressão por parte do Talibã, que continua a invadir a vida privada dos cidadãos.


Apesar da promessa de US$ 240 milhões do Banco Mundial para a saúde até 2026, Otunbayeva expressa grande preocupação sobre o impacto a longo prazo dessa interrupção. A suspensão do apoio pode fazer com que os avanços dos últimos três anos — como o acesso a serviços básicos e a inclusão social — se desfaçam, forçando os afegãos a recorrerem novamente a mecanismos históricos de sobrevivência, como a migração.


As mulheres, especialmente, continuam sendo alvo das restrições impostas pelo Talibã, que desrespeitam as normas islâmicas e são criticadas até por organizações regionais como a Organização de Cooperação Islâmica. A proibição da educação para meninas já entra em seu quarto ano, uma medida que, segundo Otunbayeva, não tem nenhuma base religiosa, mas sim política.


Com a crise humanitária se aprofundando, a população afegã enfrenta não só a violência e a pobreza, mas também uma crescente negação de direitos, colocando o país à beira do colapso. A comunidade internacional precisa reagir antes que o desespero se torne insustentável.

 

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